O antigo presidente da UEFA, Michel Platini, foi esta terça-feira detido em França por suspeitas de corrupção.

A notícia foi avançada pelos jornais franceses «Mediapart» e «Le Monde», que dizem que a detenção se deve a suspeitas de que Platini tenha favorecido a candidatura do Qatar para organizar o Mundial 2022.

Segundo as mesmas fontes, Platini foi chamado para testemunhar nas instalações do departamento de anticorrupção da polícia judiciária francesa, em Nanterre, nos arredores de Paris, mas acabou por ficar detido.

As autoridades estarão particularmente interessadas num almoço organizado pelo então presidente francês  Nicolas Sarkozy, apenas nove dias antes do anúncio da atribuição da prova ao Qatar, em que estiveram presentes Platini e o primeiro ministro qatari Sheikh Tamim Ben Hamad Al Thani.

Por isso, Claude Guéant e Sophie Dion, ex-membros do gabinete de Sarkozy, também foram inquiridos pela polícia. Sophie Dion ficou também detida, enquanto que Claude Guéant está em liberdade, adiantam a Reuters.

Platini assumiu a presidência da UEFA em 2007 e demitiu-se em maio de 2016, depois de o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) ter decidido o seu afastamento por quatro anos de todas as atividades ligadas ao futebol, na sequência escândalo motivado pelo recebimento de 1,8 milhões de euros em 2011, por alegado trabalho de consultadoria, sem contrato escrito, pedido por Joseph Blatter, que era presidente da FIFA.

O francês era presidente da entidade que gere o futebol europeu aquando da atribuição do Mundial ao Qatar, que gerou polémica de imediato, até pelo calor intenso que se faz sentir no país no verão, altura em que normalmente se realiza a prova.

[Artigo original publicado às 9h37]