A Michelin anunciou esta quarta-feira que vai abandonar a Fórmula 1 depois do próximo campeonato. O fabricante de pneus francês respondeu assim à imposição da FIA de apenas haver um fornecedor em 2008.
Quer isto dizer que o fabricante japonês Bridgestone, que abastecia a equipa de Tiago Monteiro, terá o monopólio da competição internacional. «A Michelin teve ocasião, por diversas vezes, de precisar as condições do seu compromisso com a Fórmula 1, pelo facto de este ser considerado um desporto mecânico de muito alto nível tecnológico», pode ler-se no comunicado emitido pelo fabricante francês, não deixando de atacar a decisão da FIA: «A liberdade de deixar as escuderias escolher os seus pneumáticos é fundamental. Por isso, a presença de concorrência entre pelo menos dois fabricantes é indispensável. Trata-se da condição base para que haja uma verdadeira competição técnica entre pneumáticos estimulando assim o progresso, para o interesse do público.»
A Michelin considera que a «evolução para um só fornecedor é fatal». A marca francesa lamenta que a Formula 1 perca uma parte da sua alta tecnologia» e refere que «neste contexto, continuar a investir na Fórmula 1 a longo prazo não apresenta o mesmo interesse». A Michelin foi obrigada a anunciar a decisão antes de 31 de Dezembro, uma vez que tinha de avisar com um ano de antecedência.
Relembre-se que em Julho, no Grande Prémio dos Estados Unidos, sete equipas que utilizavam pneus Michelin não participaram na prova devido à falta de segurança. Apenas a Ferrari, a Jordan-Toyota e a Minardi competiram. O que acabou por ser bom para o português Tiago Monteiro, que subiu ao pódio.
Até à partida para o Grande Prémio, as equipas tentaram convencer a FIA a introduzir uma chicane no circuito para reduzir a velocidade dos carros e permitir que os seus pneus aguentassem a corrida, mas a pretensão foi recusada pelo organismo, que este ano introduziu a obrigatoriedade de as equipas utilizaram os mesmos pneus na qualificação e na corrida.