O ministro da Saúde do Brasil, Nelson Teich, pediu esta sexta-feira a demissão do cargo, nem um mês após ter assumido funções. A confirmação foi feita pelo ministério, em nota oficial à imprensa do país.

Sem explicar, por ora, as razões da saída, o Ministério da Saúde brasileiro informou que ainda está prevista, para a tarde desta sexta-feira, uma conferência de imprensa para esclarecer as circunstâncias da demissão, no Palácio do Planalto.

Teich é o segundo ministro da Saúde do Brasil a sair em menos de um mês, após ter sucedido a Luiz Henrique Mandetta, a 17 de abril. Mandetta discordava da forma como o presidente, Jair Bolsonaro, conduzia as medidas de combate à covid-19. Duas demissões num período crítico para o país, devido ao novo coronavírus, que já vitimou pelo menos 13.993 pessoas, entre 202.918 casos. O Brasil é um dos países com a taxa mais baixa de testes à doença, por 100 mil habitantes.

De acordo com a imprensa brasileira, o atual secretário-executivo, Eduardo Pazuello, é o mais provável sucessor de Teich.

O desgaste de Teich ao comando da pasta da saúde ficou evidente esta semana, quando foi informado, por jornalistas, sobre um aumento na lista de atividades essenciais, decretado por Bolsonaro, que incluía barbeiros, cabeleireiros e ginásios desportivos entre as atividades que poderiam funcionar durante o isolamento social decretado por prefeitos e governadores.

Teich também divergia de Bolsonaro sobre a indicação do uso de cloroquina e da hidroxicloroquina em pacientes com covid-19.