O campeão do mundo de surf Gabriel Medina assumiu esta segunda-feira que vai parar para cuidar da sua saúde mental e, assim, falha as primeiras etapas da Liga Mundial, que arranca este sábado no Havai.

«Reconhecer e admitir que não estou bem está a ser um processo muito difícil e optar por tirar um tempo para cuidar de mim foi, talvez, a decisão mais difícil que tomei na minha vida», reconheceu nas redes sociais.

O surfista brasileiro fez um balanço «incrível» de 2021, ano em que se sagrou tricampeão mundial, o que motivou uma «montanha russa de emoções dentro e fora de água», que afetaram a sua «saúde mental e física».

«No final da época estava completamente exausto. Cheguei ao meu limite. Tomei a vacina (contra a covid-19) durante as férias e achei que me ia preparar a tempo para a primeira etapa da nova temporada, que começa num dos meus lugares favoritos no mundo, Pipe. Não foi o caso, pois decidi não viajar para o Havai e vou dar-me um tempo para me recuperar física e mentalmente», explicou.

Medina, de 28 anos, adiantou ainda que tem uma «pequena lesão no quadril», à qual tem sido tratado desde o final do último ano.

O brasileiro assumiu que os últimos meses foram «muito esgotantes» e questionou se deveria tornar públicos os problemas que enfrenta, decidindo que seria «justo» que os seus apoiantes «soubessem o momento» que vive.

«A saúde mental é muito importante. Preciso estar a 100% mentalmente para voltar a competir. Voltarei mais forte», afirmou.

Recorde-se que o surfista já tinha anunciado anteriormente que ia falhar a última etapa do mundial 2021, que estava praticamente ganho, e justificou a decisão por ainda não estar vacinado contra a covid-19, o que lhe valeu muitas críticas no Brasil.

Gabriel Medina insurgiu-se ainda contra o Comité Olímpico do Brasil por impedir que a mulher o tivesse acompanhado nos Jogos Olímpicos de Tóquio na qualidade de técnica, isto quando o australiano Andy King já estava registado como seu treinador.