A Federação Russa de Atletismo aceitou a suspensão decretada pela Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF), por uso sistemático de doping, anunciou o organismo nesta quinta-feira.

Recorde-se que a 13 de novembro a IAAF tinha suspendido provisoriamente a Rússia por uso generalizado de substâncias proibidas. Um relatório da Agência Mundial Antidopagem (AMA) denunciou que o «programa» tinha apoio estatal.

A aceitação da pena foi formalizada no Mónaco, onde decorre a primeira reunião do conselho diretivo da IAAF depois de ter sido tornado público este escândalo de dopagem por uma comissão de inquérito independente mandatada pela AMA.

A federação russa de atletismo «confirmou ter entendido que o conselho diretivo só aceitaria a sua reintegração como membro da IAAF na sequência da recomendação da equipa de inspeção do organismo, que vai decidir se os critérios de verificação foram totalmente cumpridos», anunciou a IAAF em comunicado.

O relatório da CI da AMA recomendou a suspensão da Federação Russa de Atletismo por práticas de doping, assim como a retirada da acreditação ao laboratório de Moscovo, cujo diretor foi responsável pela destruição de 1.417 amostras consideradas suspeitas de práticas dopantes.

O documento elaborado pela comissão acusa também os serviços secretos russos de intimidação dos responsáveis pela análise de amostras recolhidas nos Jogos Olímpicos Sochi2014 (de Inverno) e recomendou a erradicação de cinco atletas e cinco treinadores.

Entre esses atletas estão Mariya Savinova, campeã olímpica dos 800 metros nos Jogos de Londres2012, e Ekaterina Poistogova, bronze na mesma categoria.

A AMA quer agora que a Rússia seja impedida de estar nas provas de atletismo dos Jogos do Rio2016, considerando que os resultados de Londres2012 foram «sabotados» pela presença de atletas dopados.

Este caso já levou à demissão do chefe do laboratório antidoping da Rússia, Grigory Rodchenkov.