A empresa organizadora da maratona do Porto desclassificou hoje 128 atletas por atalharem caminho, tendo cruzado a meta na 16.ª edição da prova sem terem percorrido a totalidade do trajeto.

Deste lote fazem parte 94 federados, 18 estrangeiros e 11 corredores com um tempo de chip [tempo aferido pelo dispositivo que atesta as passagens de cada atleta] abaixo das três horas.

«A primeira reação é de indignação, mas ainda não apareceu nenhum desclassificado a justificar-me que tinha feito a maratona toda. Não considero que seja a lista dos batoteiros, mas deu para causar surpresa. Fazem todos os estratagemas possíveis e imaginários para se enganarem a eles próprios, mas não nos enganam», advertiu Jorge Teixeira, diretor-geral da Runporto, em declarações à agência Lusa, justificando uma tomada de posição inédita numa prova em Portugal.

Entre alguns exemplos, constitui exclusão correr menos quilómetros do que os 42,195 regulamentares para favorecer marcas pessoais, repartir a distância olímpica por vários estafetas ou usar dorsais e chips alheios em prol do desempenho num escalão etário.

«Temos os melhores ‘chips’ do mundo, mas também falham e só é classificado quem levar o dorsal pregado ao peito. Mas há também quem corte a meta sem dorsal. Em 2020 teremos viaturas com megafones a convidar esses atletas a saírem da pista», adiantou o responsável pela Maratona do Porto.