O Washington Post suspendeu a jornalista Felicia Sonmez por ter esta segunda-feira publicado no Twitter o link para um artigo sobre a acusação de violação de que Kobe Bryant foi alvo.

O antigo jogador dos LA Lakers foi acusado de violação por uma funcionária de um hotel em 2003. O caso acabou por não chegar a tribunal e foi nesta altura que Bryant adotou a alcunha Black Mamba.

Um dia depois da morte de Kobe Bryant, a jornalista, especializada em política, partilhou o link para um artigo de 2016, do site The Daily Beast, com o título: «O caso perturbador de violação de Kobe Bryant: a prova de ADN, a história do acusador e a meia-confissão.»

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De imediato choveram críticas à publicação da jornalista, que se defendeu na mesma rede social. «Às 10 mil pessoas (literalmente) que comentaram e me enviaram e-mails com insultos e ameaças de morte, percam um tempo a ler a história - que foi escrita há mais de 3 anos e não por mim», disse.

«Qualquer figura pública vale a pena ser lembrada na sua totalidade, mesmo que essa figura pública seja amada e essa totalidade inquietante. Que as pessoas respondam com raiva e ameaças contra mim, diz fala muito sobre a pressão que as pessoas sofrem para ficar caladas nestes casos», acrescentou.

As publicações foram, entretanto, apagadas e a editora do Washington Post, Tracy Grant, afirmou publicamente: «A jornalista de política Felicia Sonmez foi suspensa enquanto o Post analisa se os tweets sobre a morte de Kobe Bryant violam a política de redes sociais para a redação do jornal. Os tweets demonstram falta de julgamento, que mina o trabalho dos colegas.»

Dezenas de colegas de Felicia Sonmez saíram entretanto em defesa da jornalista numa carta partilhada nas redes sociais, em que dizem que «compreendem que as horas que se seguiram à morte de Bryant foram uma altura difícil para falar sobre as acusações de abuso sexual do passado», mas frisam que «a responsabilidade de um jornal é dizer a verdade como a conhecemos sobre figuras e instituições tanto populares como impopulares, em todos os momentos.»

E criticam a direção do jornal por não ter protegido a jornalista que, temendo pela segurança após ter recebido ameaças, saiu de casa e mudou-se para um hotel.