Aos 39 anos, Alejandro Valverde continua a desafiar os limites do corpo humano.

Para além de ser campeão do mundo, o ciclista espanhol subiu no domingo ao segundo lugar mais alto do pódio na Volta a Espanha, que consagrou como vencedor o esloveno Primoz Roglic.

Mas nem sempre a vida correu bem a Valverde, que recordou os «fantasmas» contra os quais teve de lutar após cumprir uma suspensão por doping, entre 2010 e 2012.

«Passei por um estado quase depressivo. Temos muitos olhares sobre nós. Muitos desportistas retiram-se cedo porque não suportam essa pressão. Tinha medo, começava a ficar sobrecarregado e a sentir-me pior. O psiquiatra disse-me que tinha um quadro depressivo», confessou durante a apresentação de um documentário sobre ele.

«Tinha medo de conduzir, de ir para a estrada. A pressão que se tem é psicologicamente muito dura. Fui à Amstel [n.d.r.: corrida de apenas um dia na Holanda] e pensei que não conseguia correr. Corri e fiquei toda a corrida na parte de trás do grupo. Havia cada vez menos gente e eu continuava lá. Estava com medo e sem ânimo», acrescentou Valverde, que diz ter conseguido ultrapassar tudo graças à ajuda de especialistas.