Ruben Guerreiro garantiu virtualmente esta quinta-feira a liderança da classificação de montanha na Volta a Itália e, no final de mais uma etapa, garantiu que está a viver «um sonho».

«Nos últimos três dias tenho priorizado a montanha. Como tinha uma etapa no bolso... é um sonho de grande Volta. Melhor era quase impossível», afirmou o ciclista, à Lusa.

Depois de ter triunfado na etapa de Roccaraso, Guerreiro confessa que passou a focar-se na luta pela montanha, um objetivo agora concretizado, isto depois de uma «batalha muito dura».

«Já estava bastante justo de forças, cansado, mas consegui apanhar a primeira fuga e tirar alguns pontos, mas foi difícil bater o De Gendt. Os pontos que tinha davam-me alguma margem e ainda pensei na etapa, mas com o esforço [que tinha de fazer], o que vinha dos últimos dias... tem sido muito grande, já não tinha pernas», disse, admitindo que esta quinta-feira foi o «dia mais duro do Giro».

Ruben Guerreiro mostra-se orgulhoso por ser o primeiro ciclista português a liderar a classificação de montanha em grandes voltas.

«Esta camisola não é minha, é da equipa, dos massagistas, dos mecânicos, dos diretores, e dos portugueses também. O ciclismo é muito para lá de força nas pernas, e as forças que se podem ir buscar vêm da cabeça e da motivação das pessoas à nossa volta, e do nosso país. Tanta gente a apoiar nas redes sociais, só pode ser uma fonte de inspiração», atirou.

De resto, mesmo a lutar pela sua prova, o ciclista da Education First tentou ajudar o compatriota João Almeida, até esta tarde o camisola rosa do Giro: «Mesmo não sendo da minha equipa, ia pensando no João, como é que ele estava. Percebi que não estava bem, mas eu estava com muito pouca força. Tentei perguntar-lhe se precisava de alguma coisa... uma ajudinha é melhor que nada.»

«É uma motivação para mim. [...] Tocou-me tudo o que tem feito, mesmo hoje, perdendo a camisola rosa, é uma demonstração de força, e ele tem de estar muito orgulhoso», disse ainda, sobre o colega.