Após o insólito episódio desta sexta-feira na Volta a Portugal, no qual o pelotão se perdeu e a corrida foi neutralizada, o colégio de comissários decidiu atribuir o mesmo atraso de 4.44 minutos para os fugitivos na oitava etapa.

«Devido a um erro de percurso do pelotão a 10 quilómetros da chegada, a corrida foi neutralizada, sendo dada uma nova partida 6.50 minutos após. O tempo do pelotão à chegada será o mesmo para todos os corredores», lê-se no comunicado oficial da organização.

Sem comentar a decisão do colégio de comissários, o diretor da corrida, Joaquim Gomes, considerou que esta foi «a solução óbvia», reconhecendo algum benefício para os corredores que iam atrasados, por reagrupar todos os restantes 111 corredores.

E explicou em seguida: «Foi uma injustiça para alguns corredores que vinham atrasados, mas, se vinham atrasados, estavam muito atrás na geral, não tem influência na corrida. Se estavam a 40 minutos dos primeiros, vão terminar a 38. O importante é que havendo um engano a verdade desportiva foi reposta. É algo que acontece.»

O diretor da corrida realçou o enaltecimento da verdade desportiva: «Obviamente que estamos na Volta a Portugal, um evento muito mediático, mas sinto-me obrigado a dizer que há modalidades em que se ganham campeonatos do mundo com golos marcados com a mão. No ciclismo isso não acontece, sempre que há um engano, repõe-se a verdade. Foi pena ter acontecido a uma organização de altíssimo nível, mas no melhor pano cai a nódoa.»