A dedicatória (mais uma) estava preparada. Por Quintana. Por Portugal.

A vitória esteve muito perto, para deixar os Jogos Olímpicos ali mesmo à vista.

Mas um final inglório deitou tudo a perder contra a Croácia e Portugal vai ter de olhar para o duelo de domingo com a França só com olhos na vitória, para poder garantir bilhete para Tóquio. A boa notícia, pese o desaire, é que continua a depender de si próprio, mas tem de bater os gauleses. É que, em caso de igualdade pontual entre franceses, croatas e portugueses, as contas pelos golos são feitas só entre os adversários lusos: a Croácia perdeu por quatro com a França e Portugal por um com a Croácia.

No segundo de três jogos do torneio pré-olímpico, em Montpellier, França, a seleção comandada por Paulo Pereira foi para o intervalo a vencer por três golos de diferença (12-9). Entrou com toda a força após o intervalo e chegou a estar a vencer por seis golos à maior (16-10) mas viu os dez minutos finais serem fatais.

Da exclusão discutível de Pedro Portela ao tentar resgatar uma bola no ar para seguir para o contra-ataque até à falta de ação disciplinar a Domagoj Duvnjak após um lance muito duro com Rui Silva – dois minutos ou até a expulsão eram bem possíveis para o croata após uma palmada na cara – Portugal viu-se privado em parte dos minutos finais de dois jogadores importantes e deixou escapar uma vantagem que durou quase todo o encontro.

Num início de jogo com poucos golos, os croatas entraram a marcar, mas Portugal deu a volta, chegou ao 2-1 e nunca mais se deixou ultrapassar… até ao último minuto.

Depois da troca de Gustavo Capdeville por Manuel Gaspar na reta final da primeira parte, o jovem de 22 anos do Sporting brilhou com três intervenções de alto nível, ajudando Portugal defensivamente para refletir, lá à frente, a maior diferença no marcador. O conjunto luso chegou aos 12-8 – a melhor diferença no primeiro tempo – e foi para o descanso a vencer por três.

No reatamento, novamente com Manuel Gaspar em evidência a abrir, dois golos de André Gomes e dois de Iturriza atiraram o jogo para uma diferença nunca antes vista… e não mais vista daí para a frente.

Depois do 16-10, Portugal esteve sete minutos sem marcar, viu a Croácia chegar aos 16-14 e o jogo equilibrou por completo para os últimos 20 minutos.

Foi havendo cabeça e coração, Paulo Pereira a pedir um último desconto de tempo já após a Croácia ter conseguido passar para a frente (23-24) e Diogo Branquinho a traduzir a conversa em eficácia com 24-24.

Não chegou: os croatas apontaram o 25.º golo e Portugal, num livre de Rui Silva já após a buzina final, não conseguiu ludibriar a barreira contrária e a equipa das quinas sofreu a primeira derrota, após a vitória de sexta-feira com a Tunísia.

Este sábado, há ainda um França-Tunísia. Mas, mais do que olhar a terceiros, Portugal tem de olhar para o jogo de domingo, ante a seleção da casa, para tentar ir ao Japão.