A Confederação do Desporto de Portugal (CDP), após uma cimeira que reuniu presidentes de 44 federações, pretende colocar o setor na agenda política e na discussão do Orçamento do Estado em cada ano, anunciou hoje o organismo.

Em comunicado, a CDP elenca as conclusões da Cimeira de Presidentes, realizada na terça-feira, considerando que o desenvolvimento desportivo que os seus associados anseiam está posto em causa, pelo que é preciso «encontrar um antídoto».

«O desporto não é um tema na agenda política, nem tem lugar na discussão do Orçamento do Estado de cada ano», refere a CDP, acrescentando: «É o momento certo para lutarmos em conjunto no sentido de conseguir, finalmente, alcançar um orçamento (para 2024) consentâneo com a posição que o desporto».

O organismo garante que os representantes de 44 federações que participaram na cimeira entendem que o «apoio efetivo à prática desportiva» deve ser «uma responsabilidade e prioridade» do Governo.

A CDP considera «necessário agir» para contrariar alguns números que indica, entre os quais o peso de 0,045% do desporto no OE, cerca de 40% abaixo da média europeia; e o dispêndio médio anual por atleta federado que se situa nos 75 euros.

«Estes números assustadores mostram cruamente o porquê da posição de Portugal na cauda da Europa em termos de prática desportiva, apoio financeiro à atividade e capacidade competitiva, o que tem como consequência sermos o pior país em termos de resultados quando comparados com outros parceiros europeus com a equivalente dimensão populacional», refere o comunicado.

Nas conclusões da reunião, é também destacado o facto de «sem o desporto federado, e sem a promoção da atividade desportiva nas crianças, jamais Portugal poderá desenvolver-se nas mais diversas áreas».

«Estamos seguros de que o fundamental é o desenvolvimento do desporto dos clubes de base para a juventude poder ter acesso a uma prática eclética e os talentos terem condições para se desenvolver e termos campeões amanhã», lê-se no comunicado.

Entre as iniciativas previstas para contrariar a realidade atual, incluem-se, de acordo com a CDP, «ações de sensibilização junto do Governo e demais forças políticas com assento parlamentar».