A classificação da violinista, e agora esquiadora, Vanessa Mae para os Jogos Olímpicos de Inverno, em Sochi, na Rússia, só foi conseguida por causa um um esquema de viciação de resultados, revelou a Federação Internacional de Esqui (FIS), que baniu a atleta por quatros anos.
 
A FIS comunica que confirmou a manipulação de quatro provas de Slalom Gigante na Eslovénia, numa competição de qualificação para as Olimpíadas e que Vanessa-Mae «não teria alcançado os pontos necessários no ranking da FIS para se qualificar para os Jogos Olímpicos de Inverno» sem a viciação de resultados. 
 
Segundo a mesma nota, a realização da prova foi solicitada especialmente pelo staff da violinista, por intermédio do Comitê Olímpico Tailandês. Mae ainda não tinha pontos suficientes no ranking olímpico para competir em Sochi. Com isso, o evento foi construído e manipulado para que Mae obtivesse os resultados necessários para ir a Sochi. Mae, de 35 anos, tornou-se assim a primeira esquiadora a representar a Tailândia nos Jogos Olímpicos de inverno.

Foram várias as irregularidades encontradas: atletas que não competiram e tinham os nomes na tabela de resultados, uma atleta que caiu durante a descida foi classificada na segunda posição com o tempo final alterado, noutra ocasião, uma atleta começou a prova fora da área de largada, e acionou com a mão o bastão que dispara automaticamente o cronômetro. Além disso, segundo árbitros da competição, as condições climáticas impossibilitavam a realização de qualquer descida na montanha, e o percurso não foi modificado para séries posteriores, como manda o regulamento. 

A FIS diz que grande parte destas irregularidades foram feitas na tentativa de legitimar os resultados de Vanessa Mae, que conseguiu a assim a classificação para as Olimpíadas, tendo ficado na 67ª posição no slalom gigante (último tempo entre as que concluíram o percurso). 

A FIS indica, em comunicado, que os resultados das quatro provas de qualificação de slalom gigante «não refletiram o verdadeiro desempenho dos atletas que nelas participaram, em especial no que se refere aos pontos atribuídos a Vanessa Mae». 

Os árbitros e oficiais que estiveram nas provas na Eslovénia foram também punidos. O esloveno Borut Hrobat, chefe da prova, foi banido por dois anos. O italiano Fabian De Cassan (delegado técnico da FIS) e os eslovenos Matiaz Goltez (chefe da cronometragem), Vlado Makuc (árbitro) e Uros Sinkovec (oficial de largada) foram suspensos por um ano.

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