O selecionador de futsal de Portugal, Jorge Braz, afirmou que a equipa precisava de «acreditar no processo» para a reviravolta que alcançou ante a Espanha, que ditou o apuramento para a final do Europeu. O atual campeão em título virou uma desvantagem de dois golos e venceu por 3-2, com um golo de Bruno Coelho e dois de Zicky, esta sexta-feira, em Amesterdão.

«Não estávamos a acreditar no que somos e no que fazemos. Temos de ser suficientemente humildes para perceber que temos de respeitar quem está do outro lado e em que momentos podemos ferir e causar algum dano na organização defensiva da Espanha, com o nosso atrevimento. Precisávamos de ter isso, mas apenas correr riscos nas zonas e momentos certos. Acima de tudo, tínhamos de acreditar no nosso processo», afirmou, em declarações após o encontro, citado pela Lusa, frisando que, na segunda parte – período dos três golos de Portugal – nunca esteve tão tranquilo num jogo.

«Na segunda parte, acho que nunca estive tão tranquilo num jogo. Praticamente nem abri a boca. Foi sentir, escolher jogadores, ir gerindo e, em função do que estava a acontecer do outro lado, deixá-los andar. A satisfação especial foi sentir o sentimento de toda a gente na segunda parte. Deixou-me extremamente satisfeito. Tenho gente com um sorriso de orelha a orelha cada vez que entram, mesmo a perder 2-0. Não vi ninguém cabisbaixo, por isso é que nem abri a boca. É o processo normal de crescimento. Tinha dito que hoje ia ser dos dias mais fáceis para mim, e foi», referiu o técnico nacional.

Braz notou ainda que, ao longo dos últimos anos, a seleção foi criando orgulho nos portugueses pelo trabalho feito. «Ter esta resposta e apoio constante, que sabíamos que iria acontecer aqui, mesmo com limitação de público… Não há palavras para agradecer às pessoas que estiveram aqui. Sentimos a alma cheia com tanta gente a puxar por nós. É uma obrigação fazer sentir bem os portugueses», expressou.

Erick: «Vitória de equipa e de querer»

Erick também foi porta-voz da equipa após o triunfo no duelo ibérico. «Foi um jogo bastante disputado. Na primeira parte, a Espanha acaba por dar-se um bocadinho mais ao jogo, mas a segunda parte foi de uma excelência, de uma competência tática e de um querer enorme, que já nos é característico. O que há para salientar é a vitória. Apesar de tudo o que já se passou, esta é uma vitória de equipa e de querer. Estar a perder mais uma vez por 2-0, com uma seleção tão competente como a Espanha, e virarmos só numa parte, mostra muito desta equipa», salientou.

Portugal defronta a Rússia na final, que está agendada para as 16h30 de domingo, na Ziggo Dome, em Amesterdão. Os russos bateram a Ucrânia por 3-2, na outra meia-final.