O Barcelona sagrou-se, na tarde deste domingo, campeão europeu de futsal, ao vencer o Sporting na final da edição de 2022, por 4-0, em jogo realizado na Arena Riga, na Letónia.

Dois golos na primeira parte, um logo a abrir a segunda e outro a cerca de um minuto e meio do fim, com risco total do Sporting, derrotaram uma equipa privada de Pany Varela, expulso na meia-final, num jogo em que os leões foram, na primeira parte, penalizados sobretudo pela contraofensiva espanhola, combinada com a eficácia nos dois golos, bem como pelo madrugador 3-0 após o intervalo.

Sergio Lozano, Pito, Ferrão e o guarda-redes Didac Plana escreveram a história do marcador a favor do Barcelona, que volta a bater uma equipa portuguesa nesta “final four” depois do Benfica, impedindo o terceiro título da história dos verde e brancos.

Leões a testar Didac até ao proveito de Lozano

Num início equilibrado e intenso, o Sporting acabou por ter remates mais perigosos à baliza de Didac Plana, que foi mantendo o nulo, negando o golo em boas oportunidades de Esteban Guerrero e Alex Merlim nos primeiros dez minutos.

O marcador foi desfeito aos 15 minutos, num lance em que o Barcelona saiu bem depois de um passe de Guitta, que tentou afundar na ala direita. Porém, o guarda-redes Didac Plana saiu até ao limite da área, intercetou e Sergio Lozano arrancou pela esquerda. O ala tentou o passe para Ferrão, ficou com a bola após tentativa de interceção de João Matos e picou com classe à saída de Guitta (1-0).

O Barcelona, que já tinha dado um aviso imediatamente antes do 1-0 com um remate ao poste por Matheus Rodrigues, voltou a ser letal num lance de contrarresposta, após um passe de Zicky Té da direita para o círculo central, onde estava Tomás Paçó. Pito percebeu, antecipou-se, intercetou e rematou em zona frontal para bater Guitta: 2-0 no marcador a um minuto e 25 segundos do descanso.

O 1-0 apontado por Lozano:

O 2-0 apontado por Pito:

11 do 11: golo histórico de Ferrão no pior reinício

Na segunda parte, o Sporting mal teve oportunidade de impor a sua estratégia para tentar relançar-se no marcador. Tudo por culpa de Ferrão e de um grande passe de Ortiz de um lado ao outro da quadra. O brasileiro recebeu a bola nas costas de Erick e, na cara de Guitta, desviou com classe para o 3-0 aos 27 segundos. Golo histórico, o 11 do 11: o número 11 do Barcelona fez o 11.º golo na fase final da Champions desta época, selando um novo recorde na história da prova.

Com três golos de desvantagem, o Sporting, que não abdicou de construção concreta para chegar à baliza contrária com bola, foi tentando subir na pressão, sem bola, à procura de diminuir os tempos de posse do Barcelona, que aqui e ali teve até ocasiões para o 4-0. Aí, Guitta mostrou-se a bom nível a negar as intenções de Povill (24m) e de Adolfo (25m). O Sporting também tentou reduzir no marcador e Cardinal ficou perto do 3-1, mas viu um remate ir à malha lateral. Outros remates foram travados pelo quarteto catalão na quadra.

A equipa comandada por Nuno Dias não conseguiu tirar frutos do cinco para quatro que impôs a sete minutos e meio do final, perante uma equipa que, em vantagem, teve eficácia defensiva e aparentou maior confiança e agressividade positiva para contrariar uma reviravolta dos leões. Aquela que tinha acontecido em Zadar, na final anterior, precisamente depois de um… 2-0 ao intervalo.

De área a área, quarto para o quarto

A um minuto e 41 segundos do final, a equipa espanhola fez o quarto golo para selar o quarto título.

O guarda-redes Didac Plana agarrou uma bola pelo ar e, com a baliza deserta, rematou praticamente de área a área e fixou o resultado final na Arena Riga.

Um resultado pesado para o que o Sporting também fez - podia ter tido outra eficácia - e para uma equipa que volta a não marcar na final da Champions, tal como na derrota de 2017 ante o Inter Movistar, que era, precisamente, treinado pelo atual técnico do Barcelona, Jesús Velasco.

O 3-0 apontado por Ferrão:

O 4-0 apontado pelo guarda-redes Didac Plana:

Palmarés: quarto título do Barcelona

O clube catalão conquista o seu quarto título europeu da história, repetindo os feitos de 2012, 2014 e 2020 à sua sexta final. Perdeu apenas as de 2015 e de 2021, respetivamente para Kairat Almaty e Sporting. Fica a um êxito do Inter Movistar, que foi campeão europeu por cinco vezes.

Exatamente ao contrário, o Sporting perde a sua quarta de seis finais, num desfecho semelhante aos de 2011, 2017 e 2018. Não consegue um inédito segundo título consecutivo, mantendo no palmarés as vitórias de 2019 e de 2021.

Horas antes, o Benfica venceu o ACCS e terminou a Champions no terceiro lugar.

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Jogo na Arena Riga, Letónia.

Ao intervalo: 2-0

BARCELONA: Didac Plana, André Coelho, Dyego, Adolfo, Ferrão. Suplentes: Alex Lluch (gr), Miquel Feixas (gr), Povill, Matheus Rodrigues, Sergio Lozano (cap.), Nicolás Marrón, Pito, Marcênio, Ortiz. Treinador: Jesús Velasco.

SPORTING: Guitta, Tomás Paçó, João Matos (cap.), Cavinato, Alex Merlim. Suplentes: Bernardo Paçó (gr), Zicky, Cardinal, Erick, Pauleta, Waltinho, Miguel Ângelo, Esteban Guerrero.

Disciplina – cartões amarelos: Miguel Ângelo, 7’; Waltinho, 9’; Tomás Paçó, 20’; Cardinal, 22’; Dyego, 22’, Erick, 31’; Povill 37’.

Golos: Sergio Lozano, 15’; Pito, 19’, Ferrão, 21’; Didac Plana, 38’.