Declarações de Nuno Resende, treinador de hóquei em patins do Benfica, após a derrota com o FC Porto (3-2) no quinto e último jogo da final do ‘play-off’ do campeonato nacional de hóquei em patins:

«Antes de mais, dar os parabéns ao FC Porto. E, acima de tudo, focar naquilo que fizemos. Por aquilo que trabalhámos e crescemos ao longo desta temporada, e independentemente do plantel com que nos apresentámos, acreditávamos bastante que hoje poderíamos conquistar o título. Não foi possível.

Não há vitórias morais no Benfica. É um clube ganhador. Percebemos isso e acho que, pela atitude e por aquilo que fizemos durante os 50 minutos, temos de nos orgulhar e partir já deste momento duro e difícil para aquilo que queremos fazer na próxima época. Não nos tocou [o título], mas queremos claramente voltar a estar a disputar esta final.

Um agradecimento aos jogadores, que foram inexcedíveis durante a época, na forma como quiseram sair do registo. Crescemos como grupo e equipa. Um agradecimento também ao presidente [Rui Costa], que tem sido inexcedível na forma como vai apoiando as modalidades e o hóquei em patins. Queríamos muito oferecer-lhe este campeonato.

Um agradecimento especial ao [vice-presidente] Fernando Tavares por ter acreditado neste projeto e em mim, segurando-me num momento muito difícil. Poderíamos estar cá na mesma [na final] com outro [treinador], mas acho que foi importante essa confiança e acreditar, que nos deu força para que pudéssemos crescer e chegássemos a este nível.

Uma palavra muito especial para os nossos adeptos. Estamos tristes por eles, até porque queríamos muito, após tudo o que foi construído entre equipa e adeptos, dedicar-lhes a vitória. Esta empatia e acreditar na equipa e no projeto cresceu. Não foi possível, mas dou-lhes a garantia de que vamos voltar mais fortes e criar mais força neste projeto para que estejamos a festejar no próximo ano e possamos trazer o título para a nossa casa.

Houve uma mudança e todas levam o seu tempo. Levámos nosso tempo para perceber aquilo que era necessário. É evidente que fomos pelo caminho mais difícil, mas, por vezes, é aquele que dá força e resiliência para podermos vir ganhar ao Dragão. Com a aprendizagem dura que tivemos, acreditávamos que era possível. Pagámos esse preço, mas não posso tirar mérito ao FC Porto pela excelente fase regular que protagonizou.

Foi uma aprendizagem dura, mas temos noção perfeita de que, ao nível em que está o campeonato, ter mais um jogo em casa é fundamental. Conseguimos esbater isso nas meias-finais [frente ao Sporting], mas não fomos capazes nesta final. Demos uma prova de que honrámos o campeonato e o Benfica e acabámos por sair de cabeça erguida.

[ausências de Lucas Ordóñez e Carlos Nicolía] Os ‘ses’ não existem. Acho que a equipa foi fantástica. Não podemos ir por aí, senão temos de entrar por outras situações e foi extremamente injusto o que se passou com o Carlos relativamente ao cartão vermelho.

É evidente que as situações têm a sua influência, mas estarmos a chorar hoje por essa situação e não dar o reforço positivo àquilo que fez o José Miranda e o Pol Manrubia. Há que ver isto, mas o desporto tem estas coisas. É melhor não entrarmos por esse campo.

[balanço global da temporada] Da minha parte, estou extremamente satisfeito. Consegui perceber que os anos em Itália foram importantes, o meu método de treino dá frutos e a forma de lidar o grupo é positiva. Mesmo que tivesse vencido, era a análise individual.

Quanto à aposta do clube, não ter conquistado o título nacional não é bom. O Benfica é para ganhar e temos essa responsabilidade, independentemente do trajeto na reta final e do crescimento da equipa, que acho que é notório. Temos de encurtar caminhos e ser competentes mais cedo e mais fortes e coesos. Claro que é um aspeto menos positivo.»