Nélson Évora, que está em Tóquio a representar Portugal na modalidades de triplo salto, anunciou nesta quinta-feira que Tóquio2020 serão os últimos Jogos em que participa. O atleta afasta a hipótese de abandonar o contexto competitivo por completo e espera lutar ainda por uma medalha.

«Despedida? Dos Jogos sim, posso garantir», referiu o atleta português, que passados 13 anos desde a conquista da medalha de ouro no triplo salto, em Pequim, põe um ponto final na jornada olímpica.

Para já, Nélson Évora fala numa «grande etapa» pela frente.

«Vou dar o meu melhor, deixar tudo na pista. Seja qual for o resultado, vou ficar feliz. Foi uma época de difícil preparação, era difícil viajar e competir. Tivemos de nos preparar em casa. Foquei-me em estar no meu melhor. A primeira grande etapa é passar à final. Se tudo correr bem, fazer 'reset', tudo do zero e, depois, fazer um salto bonito para o infinito», disse Évora.

Aos atletas mais jovens, o português de 35 anos deixa um conselho nestes Jogos Olímpicos: «O único segredo que daria é que se divirtam ao máximo».

«Quando fui campeão olímpico estava sempre com o Arnaldo Abrantes (velocista) e divertimo-nos imenso. Falávamos, comemos bolos, rimos muito, mas estivemos sempre concentrados para o que tínhamos de fazer. Quando chegou o dia, para ir para a pista, estávamos saudáveis. Não dávamos importância à pressão. Se não formos assim, vamos angustiados, foi isso que aconteceu à Simone Biles. Tem tanta pressão e algures esqueceu-se que é para nos divertimos, que temos de encontrar a criança dentro de nós. Tivemos uma criança campeã olímpica de skate, é o maior exemplo. Ela divertiu-se a fazer o que gosta. Nós adultos esquecemo-nos disso», arrematou o atleta português.

Nélson Évora volta à caixa de areia na madrugada de dia 3 de agosto, na qualificação do triplo salto.