Raven Saunders pode estar metida num grande problema. A atleta americana subiu ao pódio para receber a medalha de prata, depois da prova do lançamento do peso, e aí cruzou os braços, tomando uma posição. Questionada sobre o significado da ação, Saunders explicou: «É um gesto a favor de todas as pessoas que são oprimidas.»

Contudo, este ato pode ainda custar uma sanção à atleta olímpica, isto porque o Comité Olímpico Internacional permitiu aos deportistas expressões sobre questões políticas e sociais quando contactam com meios de comunicação, antes e depois da competição ou nas redes sociais, mas não durante a entrega de medalhas.

O Comité já reagiu ao caso e promete averiguar. «Precisamos de perceber por completo o que se passou e, partindo daí, tomar uma decição. Estamos em contacto com o Comité Olímpico de Estados Unidos e também com a World Athletics, e estamos a ponderar os passos que vamos dar», disse o porta-voz da organização, Mark Adams.

Saunders é conhecida pela defesa dos direitos da comunidade LGBT e o resultado deste caso não a preocupa. «No final do dia, o importante é gritar a toda a gente negra, a toda a minha comunidade LGBT, a toda as pessoas que se ocupam da saúde mental. Isso é maior que nós. Sabemos que há tanta gente que nos admira, que veem se falamos por eles», contou a atleta olímpica.

Nas redes sociais, Saunders deixou ainda um comentário sobre a situação, com algum humor à mistura. «Deixa-os tentar tirar-me esta medalha. Corro para o outro lado da fronteira, apesar de não saber nadar», escreveu a atleta no Twitter.

Saunders conquistou a prata no lançamento do peso com a marca de 19,79 metros. A chinesa Lijiao Gong, venceu o concurso com 20,58 metros. Auriol Dongmo, atleta portuguesa, ficou fora do pódio por cinco centímetros.