O selecionador nacional de hóquei em patins, Luís Sénica, fez um balanço positivo pelo segundo lugar conseguido por Portugal no Campeonato do Mundo que decorreu na China, após a final perdida diante da Espanha.

À chegada a Lisboa, depois de uma viagem de cerca de 40 horas, Luís Sénica realçou que o início atribulado de Portugal se deveu a fatores externos e que colocaram em causa o bom desempenho na competição.

«Os dois primeiros jogos não foram aquilo que esperávamos. Tivemos muitas dificuldades. A caixa de medicamentos perdida, suplementos e stiques que desapareceram e apareceram ao quarto dia de competição. Um tufão em Macau que nos impediu de sair do hotel e treinar. Uma pista muito condicionada pelo próprio tufão que inundou o recinto. Tivemos a oportunidade de fazer um único treino um dia em pista inteira. Com isto acabámos por pagar a entrada no campeonato», afirmou.

Apesar destas condicionantes, para o selecionador nacional não há qualquer dúvida que a equipa realizou uma boa prova. «Tenho de estar satisfeito por aquilo que produzimos, pela evolução competitiva, por aquilo que fizemos em crescendo e foi até à última sticada. Estivemos muito perto. Somos vice-campeões (do mundo), somos campeões da Europa e já agora dizer que dominamos o hóquei na Europa. Somos campeões da Europa de sub-17, de sub-20 e somos campeões mundiais de sub-20. Estou satisfeito, sou um homem feliz por isso», realçou.

Em relação ao jogo da final, onde Portugal perdeu frente à Espanha no desempate por grandes penalidades, após a igualdade (3-3) no fim do tempo regulamentar e do prolongamento, Luís Sénica reconheceu a superioridade do opositor. «Não se falha nos penáltis. Há mérito quando o adversário defende e quando marca. Seria mais difícil, para nós, gerir uma derrota se tivéssemos perdido claramente e inequivocamente para a Espanha, o que não aconteceu. A quatro segundos do fim estávamos fora de qualquer sonho. Têm a noção do que é marcar um livre direto a quatro segundos do fim num campeonato do mundo e a bola entrar (golo de Hélder Nunes que fez o 3-3)? Foi fantástico», defendeu.

Olhando para o futuro, o selecionador acredita que a equipa cresceu e que por isso tem a obrigação de entrar para o campeonato europeu, que se realiza em Itália, com o objetivo de revalidar o título.