O presidente da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), Jorge Vieira, e Jéssica Augusto lamentam a disparidade do tratamento presidencial dado aos feitos dos atletas portugueses relativamente aos do futebol.

«Estamos num tempo de afetos, mas sabemos que os afetos não têm sido iguais a todos. Neste caso, somos nós que temos de passar os afetos aos atletas», defendeu o dirigente, criticando o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que durante a campanha eleitoral se apresentou como o candidato dos afetos.

Assim, e porque os Campeões da Europa de futebol foram recebidos e vão ser condecorados e os do atletismo não, Jorge Vieira apelou à equidade no tratamento de todas as modalidades.

«Quando vejo um jogo de futebol, penso que os nossos atletas são iguais a estes. Esforçam-se e não se esforçam menos. Por isso, merecem o mesmo reconhecimento, o mesmo afeto que outros merecem na sociedade desportiva.»

«Sabemos que é uma modalidade individual, mas que é uma modalidade individual que passa despercebida durante quatro anos, como tantas outras. Na véspera dos Jogos, saem do estado de hibernação depois de quatro anos e tornam-se figuras públicas», acrescentou o presidente da FAP à margem da apresentação da seleção portuguesa de atletismo para o Rio2016.

Já antes de Jorge Vieira, também a campeã Jéssica Augusto, mulher do guarda-redes Eduardo, tinha abordado o assunto, mas de forma mais descontraída.

«Temos dois campeões da Europa em casa. Estamos felizes um pelo outro. A nossa medalha é mais bonita, mais pessoal», disse para acrescentar em tom de brincadeira: «Também gostava de ser comendadora, mas pelo andar vai ser difícil. Vamos ver se o nosso Presidente repara em nós.»