A equipa de basquetebol dos Miami Heat está a apostar num método inovador para manter a pandemia da covid-19 afastada do seu pavilhão, agora que foi autorizado o regresso de um número limitado de adeptos aos jogos da NBA. O clube anunciou que vai apostar em cães treinados especificamente para detetar o vírus nos dias dos jogos, embora não esteja ainda cientificamente provado que este recurso seja totalmente eficaz.

A ideia passa por escrutinar todos os funcionários, convidados e adeptos através das apuradas narinas dos canídeos, o problema é que, segundo a ciência, não está provado que este método seja de facto eficaz. A verdade é que o clube fez uma série de testes em pequena escala e garante que os resultados foram muito positivos. «Aprendemos muito nesse período», conta Mathew Jafarian, vice-presidente executivo para a área de negócios e estratégia dos Miami Heat, em declarações à CNN.

O método parece ser simples, segundo as indicações do clube: os adeptos devem aguardar, em fila, numa zona de inspeção, com as mãos abertas. Os cães vão depois passar por cada um dos adeptos e, caso sigam o seu percurso, estará tudo bem. Caso parem e se sentem diante de um adepto, é provável que tenha detetado um caso de possível contágio.

Para Jafarian, o recurso aos cães é apenas mais uma ferramenta, entre muitas outras, como o uso obrigatório de máscara, maior distanciamento nas bancadas ou a proibição de ingestão de comida ou bebidas no interior do pavilhão.

Segundo especialistas, a investigação em redor da capacidade dos cães detetarem a presença da covid-19 no suor humano tem sido promissora, mas os resultados não são ainda totalmente fidedignos. «É uma experiência tão recente que ainda não é possível determinar se é realmente eficiente. Não é ainda possível ter a certeza que os cães conseguem identificar estes tipos de vírus», explicou Douglas Kratt, presidente da Associação norte-americana de Veterinários.

Já em julho passado, uma equipa de investigadores alemães tinha divulgado um teste sobre a capacidade dos cães detetarem a covid-19. Segundo um estudo, num universo de 1,012 amostras, os cães detetaram 157 casos positivos e 792 negativos, mas identificaram incorretamente 33 amostras como negativas e outras trinta como positivos.

França e Inglaterra também estão a aprofundar experiências com cães e a Finlândia já conta mesmo com um grupo de cães treinados a trabalhar no Aeroporto de Helsínquia desde setembro, num esforço para evitar a entrada de novos casos no país.