Depois de um 2021 em grande, no qual conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos e foi campeã europeia em pista coberta, Patrícia Mamona confessou que 2022 a deixou «um pouco em baixo».

«A minha parte mental esteve um pouco em baixo este ano, mas sou bastante positiva e tenho pensado no dia seguinte aos meus momentos negativos como uma oportunidade para melhorar. Estou bastante entusiasmada com a nova época e, obviamente, quero voltar onde penso que mereço estar, no pódio, conseguindo mais medalhas para o país», começou por dizer a atleta do Sporting, citada pela Lusa, na Web Summit.

Mamona continuou depois e sublinhou a importância da saúde mental: «Felizmente, está a tomar-se muito mais atenção à saúde mental, que era algo que afeta negativamente a qualidade de vida e nós, atletas, não estávamos a conseguir transmitir este problema. A Simone Biles e o Michael Phelps abriram o jogo e a mostrar que aquelas pessoas que julgávamos que eram máquinas são pessoas normais e que têm de trabalhar todos os aspetos da vida para terem bons resultados.»

A triplista relembrou a estreia em Jogos Olímpicos, em 2012, e a ansiedade que sentiu nesse momento. «Quer dizer que estamos preparados para lutar», defendeu, acrescentando depois: «Aproveito todos os momentos para viver, para me sentir viva, e não uma máquina, que treina 24 horas por dia, cumprindo todos os sacrifícios, como acordar cedo para ir treinar.»

A terminar, Patrícia Mamona falou sobre os objetivos para a próxima temporada: «Esta vai ser uma época difícil, como foram todas as outras, mas ainda mais porque o nível está bastante alto. Todos os pontos são importantes para serem trabalhados, 2023 é ano de Europeu [em pista coberta] e de Mundial [ao ar livre] e esses são os meus grandes objetivos. A garra está lá, a motivação está lá e acho que, se tudo correr bem, vamos ter a Patrícia ao nível que estamos habituados e que eu gosto.»