A seleção de Portugal de futsal estreou-se no Campeonato do Mundo, que está a decorrer na Lituânia, com o pé direito, com uma vitória sobre a Tailândia, na Zalgiris Arena, em Kaunas, por 4-1, em jogo do Grupo C. Os campeões da Europa estiveram a perder, mas conseguiram empatar nos últimos instantes da primeira parte antes de se imporem definitivamente na segunda com mais três golos.

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A verdade é que o jogo foi bem mais complicado do que se esperava, com a Tailândia, a terceira melhor seleção asiática, a destacar-se pela sua coesão defensiva, mas também na técnica apurada e velocidade no contra-ataque.

Portugal assumiu, desde logo, as despesas do jogo, com Jorge Braz a gerir o grupos, com constantes alterações, com Ricardinho e Zicky a saltarem do banco várias vezes ao longo do primeiro tempo. Ricardinho assinou o primeiro remate do jogo, mas logo a seguir a Tailândia também provocou o primeiro susto, com um remate às malhas laterais.

A jogar quase sempre em 4x0, os portugueses conseguiam pressionar a Tailândia no seu meio-campo, mas passavam por dificuldades quando conseguiam passar essa primeira barreira. Os portugueses trocavam bem a bola, mas sentiam tremendas dificuldades para provocar desequilíbrios, com a Tailândia, sem grandes talentos individuais, a revelar um enorme sentido de coletivo a defender.

O nulo a cinco minutos do intervalo já era surpreendente, mas o golo da Tailândia, num lance de bola parada, obrigou Portugal a assentar os pés no chão. Um lance de laboratório, com um passe a aéreo para o remate de primeira de Jirawat, com a bola a sofrer um desvio e a trair Bebé.

Jorge Braz interrompeu desde logo o jogo para serenar os seus jogadores e dar novas orientações táticas. A verdade é que Portugal conseguiu chegar ao empate nos últimos segundos da primeira parte, também de bola parada, com Ricardinho a fazer uma simulação e a servir Bruno Coelho que atirou a contar.

Um golo que moralizava Portugal para uma segunda parte bem diferente. Diferente porque, desde logo, a Tailândia apresentou-se mais adiantada em campo e Portugal contou com mais espaços diante de um adversário que aparecia agora mais proactivo. Ricardinho teve a primeira oportunidade de reviravolta nos pés, mas logo a seguir Bebé teve de aplicar-se para segurar o empate.

O jogo estava, agora, mais frenético, com Portugal a jogar agora em 3x1, quase sempre com Erick mais fixo na frente e Portugal parecia mais solto. A verdade é que a Tailândia, com a intrusão de Erick, passou a sentir bem mais dificuldades em defender e Portugal conseguia profundidade mais facilmente. Os golos vieram logo a seguir. Erick, com um remate ao ângulo, assinou a reviravolta e, logo a seguir, Zicky, com um remate à meia volta, aumentou a vantagem.

O jovem jogador do Sporting, que se tornou no jogador mais jovem de Portugal numa fase final, procurou a câmara mais próxima para dedicar o golo a Edu Sousa, o guarda-redes que testou positivo à covid-19 na véspera da viagem para a Lituânia. A Tailândia perdia toda a coesão que tinha demonstrado na primeira parte, arriscando no ataque à procura de um golo, mas foi Portugal que voltou a marcar, a oito minutos do final, com um remate de meia-distância de Pany.

Estava feito. A Tailândia ainda arriscou tudo no ataque, arriscou a subida do guarda-redes, mas agora era a vez de Portugal demonstrar que também sabe defender. Ricardinho esteve até muito próximo de marcar, num lance em que a Tailândia tinha a baliza desprotegida.

Portugal entra, assim, no Mundial com o pé direito, mas no segundo lugar do Grupo C, uma vez que Marrocos goleou as Ilhas Salomão por 6-0 no outro jogo do grupo. Uma diferença que pode ser ultrapassada já na próxima quinta-feira quando os campeões da Europa também defrontarem a seleção da Oceânia.