O chefe executivo Open da Austrália instou Novak Djokovic a explicar as razões da «isenção médica» que lhe permitiu participar no primeiro Grande Slam do ano.

«Ajudaria certamente se Novak explicasse as condições em que solicitou e recebeu uma isenção», disse Craig Tiley, que também ocupa o cargo de presidente da Associação Australiana de Ténis.

«Eu encorajá-lo-ia a falar com a comunidade sobre isso. Temos passado por um período muito difícil nos últimos dois anos e eu apreciaria algumas respostas em relação a isso», frisou.

Dos cerca de três mil jogadores e membros das equipas que viajaram para a Austrália, um total de 26 solicitou isenção médica junto das autoridades de saúde e apenas alguns pedidos foram concedidos.

«Todas as pessoas que preenchessem as condições eram autorizadas a entrar. Não houve nenhum favor especial. Não houve tratamento especial dado a Novak», referiu Craig Tiley.

Também o ministro dos Desportos em exercício do governo regional vitoriano, Jaala Pulford, vincou que Djokovic não beneficiado.

«Quero deixar absolutamente claro, como tem sido sempre o caso, que ninguém está ou irá receber tratamento especial por causa de quem são ou do que conseguiram profissionalmente», apontou o governante que reconheceu que a decisão «é algo que causará desconforto a muitos» residentes de Melbourne, a cidade australiana com mais dias de isolamento durante a pandemia.

Recorde-se que Novak Djokovic nunca esclareceu se já tinha tomado a vacina contra a covid-19 e, em abril de 2020, já se tinha pronunciado contra a vacinação obrigatória. Na terça-feira, o número um do ranking ATP revelou que lhe tinha sido concedida «isenção médica» para viajar para Austrália.

O anúncio não caiu bem em alguns dos outros tenistas, que acusaram a existência de um padrão duplo. A imprensa australiana também reagiu de forma negativa, já que o país tem lidado com restrições particularmente rigorosas no combate à covid-19.