João Sousa e Pedro Sousa são os dois tenistas portugueses com acesso ao quadro principal de Wimbledon e, enquanto o vimaranense vai defender os oitavos de final, o lisboeta protagonizará a sua estreia no All England Club.

Portugal chegou a ter quatro candidatos à principal grelha do terceiro major da temporada, que vai decorrer entre segunda-feira e 11 de julho, mas apenas o número um nacional e o número dois asseguraram a presença na relva londrina, após as derrotas de João Domingues na primeira ronda da fase de qualificação e de Frederico Silva no último encontro de apuramento.

Num ano em que o All England Club volta a abrir as portas ao torneio do Grand Slam e à presença de 50% do público habitual, após o interregno na época passada, devido à pandemia da covid-19, o minhoto e o jogador do Club Internacional Foot-Ball vão viver experiências bem distintas.

João Sousa, de 32 anos, irá disputar pela sétima vez o quadro principal de Wimbledon e, depois de ter atingido a terceira ronda em 2016, só foi travado nos oitavos de final pelo espanhol Rafael Nadal, então número dois mundial, em 2019.

«É o regresso a um torneio em que tenho muito boas memórias, muito conceituado e a verdade é que nos últimos anos tenho criado boas recordações, independentemente de ter atingido os oitavos de final em 2019. Joguei já várias edições para perceber que cada ano e cada torneio é diferente», justificou, em declarações à Lusa.

Este ano, o número um português e 120 do ranking ATP não vive uma temporada particularmente bem-sucedida, tendo em conta que só por uma vez conseguiu superar a primeira ronda de um quadro principal do circuito ATP (no Masters 1.000 de Miami), mas assegura que «a adaptação à relva tem corrido bem.»

«Nos últimos dois torneios [Halle e Maiorca], venci uma ronda [na qualificação] em cada. O nível tem vindo a aumentar, o que é sempre bom, e, portanto, estou a preparar da melhor maneira este torneio», defendeu o vimaranense, que fez o primeiro treino nas instalações do clube londrino na sexta-feira.

No encontro da primeira jornada João Sousa terá como adversário o experiente italiano Andreas Seppi, que figura no 95.º posto da hierarquia mundial, um jogador que conhece «muito bem» e com quem está empatado (2-2) no confronto direto.

«É um jogador que, neste tipo de superfícies, gosta de jogar e consegue jogar o seu melhor ténis, portanto vai ser mais um adversário difícil, ainda por cima num Grand Slam, onde todos querem jogar bem e fazer bons resultados», notou.

Apesar de prever «um adversário difícil de bater», Sousa garante que vai «dar o melhor para tentar batê-lo e fazer mais um excelente torneio».

Já Pedro Sousa, aos 33 anos, prepara-se para mais uma estreia na carreira, ao ter garantido no domingo a entrada direta no quadro principal do major britânico, graças à desistência do canadiano Milos Raonic.

«Este é um piso bastante diferente do que estou habituado, por isso estou a tentar adaptar-me o mais rápido possível. Obviamente que não é fácil, mas estou a dar o meu melhor» afirmou à Lusa o 121.º classificado na hierarquia ATP.

Além de confessar a «alegria por se estrear no torneio com mais tradição no circuito e aquele que todos os jogadores querem jogar», o lisboeta garante estar a «aproveitar ao máximo a experiência, estar em Wimbledon e a jogar em relva.»

Graças a um «sorteio difícil», como classifica, Pedro Sousa vai jogar na primeira ronda com o italiano Lorenzo Sonego, que figura no 27.º lugar no ranking ATP, um jogador que nunca defrontou.

«O Sonego é top 30 e está a jogar esta semana as meias-finais em relva [Eastbourne], por isso já vai chegar também com jogos e ritmo. Vai ser um encontro bastante complicado, mas vou dar o meu melhor e vamos ver que acontece», completou.