O Comité Olímpico Internacional (COI) apoiará Peng Shuai se a tenista chinesa pedir a abertura de uma investigação às acusações de abusso sexuais contra o ex-vice-primeiro-ministro chinês Zang Gaoli, anunciou esta quinta-feira o presidente do organismo, Thomas Bach. 

«Se ela pedir a abertura de um inquérito, apoiá-la-emos certamente, mas terá de ser uma decisão dela. Ouvimos as suas acusações, mas também ouvimos serem retiradas», observou o presidente do COI, em conferência de imprensa, na véspera da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022.

Thomas Bach confirmou que vai encontrar-se com Peng Shuai na capital chinesa, no decorrer da competição, mas continuou sem revelar a data, depois de já ser ter reunido com a tenista por videoconferência.

«Isso [reunião por videoconferência] não substitui um encontro pessoal. Continuaremos as nossas conversas e saberemos melhor como ela se sente, física e mentalmente, quando nos encontrarmos pessoalmente», explicou o dirigente máximo do COI.

No início de novembro, a antiga campeã de pares em Roland Garros acusou um antigo dirigente chinês de a ter forçado a ter relações sexuais, durante um relacionamento que durou vários anos.

Depois destas acusações a tenista esteve desaparecida, o que motivou grande preocupação a nível internacional, até que o presidente do COI conseguiu falar com Peng Shuai por videoconferência.

Nessa mesma conversa, a tenista disse estar segura e bem de saúde, mas que pretendia manter, naquele momento, alguma privacidade, ficando desde logo marcado um encontro entre ambos durante os Jogos de Inverno.

Após as primeiras acusações ao ex-vice-primeiro-ministro chinês Zhang Gaoli, Peng Shuai veio mais tarde, em dezembro, negar os abusos sexuais, dizendo que se tratou de um mal-entendido, já depois de o circuito feminino (WTA) decidir suspender os torneios na China.

Entretanto, a tenista já disse estar entusiasmada com o encontro com Thomas Bach e com a presidente da Comissão de Atletas, a antiga hoquista finlandesa Emma Terho.