Alfredo Quintana.

É a apontar para o céu que este texto tem de começar.

Porque foi a apontar ao céu que a seleção portuguesa entrou no torneio pré-olímpico, nesta sexta-feira.

O malogrado guarda-redes internacional português foi omnipresente na vitória de Portugal sobre a Tunísia por 34-27

No minuto de silêncio que antecedeu a partida, sim.

Mas, a cada golo, um olhar para o céu. A cada defesa, um beijo na braçadeira com as letras AQ com que os jogadores portugueses entraram em campo.

E na ambição. No desejo. No querer ainda mais.

Esse espírito de «guerreiro extraordinário» que definia Alfredo Quintana nunca abandonou o campo.

Por isso, ele esteve na garra com que se festejou cada golo. E na raiva com que Gustavo Capdeville celebrou cada uma das várias defesas que fez.

Portugal controlou o marcador desde o início do jogo. Colocou a vantagem em cinco golos logo aos sete minutos e depois conseguiu fazer uma gestão inteligente do jogo.

Paulo Jorge Pereira rodou muito a equipa – uma gestão obrigatória para quem vai ter de fazer três jogos de exigência máxima em três dias – mas isso não se refletiu na qualidade de jogo.

E se ao intervalo Portugal vencia por 15-11, uma entrada forte na segunda parte fez subir essa vantagem para sete golos.

Belone Moreira entrou ao intervalo para organizar o ataque português da zona de lateral-direito e beneficiou de um André Gomes (melhor marcador, com sete golos) em excelente plano, Portugal caminhou para uma vitória tão merecida quanto tranquila, fruto da excelente exibição lusa.

Uma vitória construída numa forte união. A indispensável para um momento tão delicado quanto importante.

E assim, com 13 jogadores a marcarem golos – todos os jogadores de campo, exceto Tiago Rocha, aquele que teve menos minutos também – Portugal mantém intacto o sonho de estar nos Jogos Olímpicos.

Continua, portanto, a apontar ao céu.

Ao céu onde Alfredo Quintana estará orgulhoso da força mostrada. Mas ao céu ‘terreno’: as olimpíadas. O ponto mais alto onde um desportista pode ambicionar chegar. Um feito que Alfredo Quintana tanto desejou. E onde os companheiros mostram querer levar o nome dele.

O próximo adversário é a Croácia, neste sábado, às 17h. Mais um passo.

Rumo ao céu, então.