Domingo de grandes penalidades. Depois da Rússia ter afastado a Espanha neste último recurso, agora foi a vez da Croácia também seguir em frente depois de bater a Dinamarca na lotaria dos penalties e, assim, marcar encontro com o anfitrião desta competição, a Rússia, nos quartos de final. Depois de dois golos a abrir o jogo, um para cada lado, nos primeiros quatro minutos, as duas equipas encararam o jogo com mais cautelas, fechando-se em aspetos táticos, sob o comando dos estrategas Modric e Eriksen. O jogador do Real Madrid teve ainda uma oportunidade soberana no prolongamento, na conversão de uma grande penalidade, mas Schmeichel, com o pai a assistir nas bancadas, defendeu e adiou tudo para a «lotaria» onde a Croácia acabou por ser feliz. Tal como a Espanha, a Dinamarca deixa o Mundial sem perder um jogo.

Confira a FICHA DO JOGO

Um início de jogo frenético logo com dois golos a abrir, um para cada lado, nos primeiros quatro minutos de jogo. Na primeira vez que a bola saiu das quatro linhas proporcionou um lançamento lateral para a Dinamarca e Knudsen, com uma força de braços incrível, lançou a bola para o segundo poste. Delaney recolheu, rodopiou e deixou a bola à mercê do remate de Matias Jorgensen. A bola ainda foi ao braço de Subasic, mas entrou mesmo. O jogo tinha acabado de começar e a Dinamarca já estava em vantagem e obrigava a Croácia a acelerar o jogo. E a verdade é que na primeira vez que acelerou também chegou ao golo. Cruzamento tenso de Rebic, a defesa dinamarquesa tentou afastar, mas a bola bateu em Christiensen, voltou para trás e Mandzukic atirou para as redes de Schmeichel. Quatro minutos e estava reposto o empate.

Quatro minutos que apontavam para um jogo intenso, mas os dois golos consentidos deixaram as duas equipas em guarda. A Dinamarca recuou instintivamente e a Croácia assumiu as rédeas do jogo com uma elevada posse de bola. A partir daqui, o jogo tornou-se, mais do que tático, estratégico, com as duas formações a tentar impor desequilíbrios, mas sem perder a própria consistência. Um jogo de estudo, com dois grandes estrategas em campo. Modric liderava a Dinamarca, com Rebic e Perisic a dar velocidade às alas, Eriksen comandava a Dinamarca, com passes de rotura, num jogo bem mais direto, à procura de explorar o poder físico de Braithwaite, Cornelius e Poulsen na frente.

A Croácia, com mais bola, esteve mais perto de voltar a marcar, com destaque para uma bomba de Rakitic, mas também para uma cabeçada de Lovren, enquanto a Dinamarca voltou a crescer, já perto do intervalo, e voltou a criar perigo com mais um lançamento impressionante de Knudsen. A verdade é que o jogo estava equilibrado, com nós difíceis de desatar.

O selecionador dinamarquês Age Hareide não esperou mais e mexeu logo para o início da segunda parte, abdicando de Christiensen, um central que estava adaptado ao meio-campo, para lançar Schöne que teve o condão de libertar Delaney mais para a frente, para a zona de construção. Uma mudança que facultou uns bons metros à Dinamarca que entrou bem melhor na segunda parte, pressionando bem mais alto, obrigando Modric a recuar muito e a perder o contato com os companheiros da frente.

Um período em que a superioridade dos dinamarqueses era mais dos que evidente até que Zlatko Dalic corrigiu o défice, com uma alteração muito parecida com a primeira opção de Hareide. O selecionador croata lançou Kovacic para o lado de Modric, com Rakitic a recuar para o papel de seis. A Croácia voltou a crescer e a equilibrar o jogo.

Com os noventa a chegar ao fim, Rakitic ainda teve uma oportunidade para desembrulhar o jogo, com um remate de longe, mas a partida acabou mesmo por seguir para prolongamento. Knudsen voltou a aparecer com os seus impressionantes lançamentos laterais, mas a melhor oportunidade nos trinta minutos adicionais foi mesmo para a Croácia. Grande passe de Modric a lançar Rebic que entra na área destacado, apenas com Schmeichel pela frente, mas acaba derrubado por Matias Jorgensen já no interior da área. A Dinamarca parecia condenada, mas Kasper Schmeichel, para alegria de Peter Schmeichel, defendeu o pontapé de Modric e adiou tudo para as grandes penalidades.

O equilíbrio manteve-se acentuado nos pontapés desde a marca dos onze metros. A Dinamarca ainda esteve em vantagem, com mais duas defesas de Schmeichel, mas Subasic também defendeu três e foi a Croácia que festejou a qualificação para os quartos de final onde vai defrontar a Rússia.