2016 teve momentos inesquecíveis no futebol internacional, sobretudo na segunda metade do ano. As decisões de maio e as grandes provas internacionais remeteram para esse período os principais acontecimentos. 2016 teve euforia tremenda, feitos inéditos e uma tragédia que abalou todos.

«Dily ding, dily dong» Premier League!

2 de maio 2016.  Incrível, inédito, premonição de um resto de ano futebolístico com imenso para contar. Íamos quase a meio de 2016 quando o Leicester se tornou campeão de Inglaterra. Os ricos ficaram a pensar como era possível, mas quem gosta de Cinderelas desportivas comoveu-se com a incrível história dos Foxes.

Rotulado de perdedor crónico, Claudio Ranieri acordou Leicester com aquele «dily ding, dily dong» e deixou o mundo de boca aberta. Jamie Vardy e Ryad Mahrez foram maiores que as maiores estrelas da Premier League e quando o Chelsea-Tottenham terminou empatado, saltaram as rolhas do champanhe e os jogadores do sofá, onde estavam à espera para chegar ao título.

Hão de escrever-se livros sobre este Leicester City.

«A por nuestra copa»

18 maio 2016. Nenhuma surpresa aqui, mas uma marca histórica. O Sevilha venceu três Ligas Europa seguidas, ao bater o Liverpool por 3-1, a 18 de maio, em Basileia. Nunca ninguém o tinha feito na Liga Europa ou na predecessora Taça UEFA.

«Vamos pela nossa Taça», diziam os adeptos daquele clube andaluz antes da partida. Com cinco títulos entre Liga Europa e Taça UEFA, o Sevilha é a equipa que mais vezes conquistou a segunda prova do calendário continental de clubes.

Durante muitos anos, a Itália dominou claramente a Taça UEFA. Mas a 18 de maio, o Sevilha deu hegemonia total à Espanha, que tem 10 troféus contra nove da Serie A.

Coke foi a grande figura de uma final na qual esteve o português Daniel Carriço, também ele tricampeão da prova. Beto estava no plantel, mas não jogou na Liga Europa e Diogo Figueiras fez nove minutos.

Prepara-te Ronaldo, isto é o começo

28 de maio. O Real Madrid cumpriu destino e tornou-se, de novo, campeão europeu. Cristiano Ronaldo foi, como seria de esperar, a maior figura do clube na Liga dos Campeões. Começou com um hat-trick frente ao Shakhtar Donetsk e terminou a fase de grupos com recorde de 11 golos. Chegou à final da Champions com 16, com outro hat-trick, frente ao Wolfsburgo, a ser um dos momentos individuais do ano do português. O Real Madrid virou um 0-2 na Alemanha, para um 3-2 agregado na eliminatória graças a Ronaldo. Por isso, o último pontapé, para a coroação, também lhe coube.

Para trás ficaram PSG, Malmo e Shakhtar, Roma, Wolfsburgo e Manchester City. Faltava um rival de sempre: o Atlético Madrid. A final de Milão, reedição daquela que aconteceu na Luz em 2014, teve emoção a rodos, mas terminou num pontapé de penálti de Ronaldo, no desempate, após 1-1 nos 120 minutos.

Zinedine Zidane tinha resgatado a equipa de Rafa Benítez e tornava-se, também ele, o primeiro treinador francês a levantar o troféu. Já para Ronaldo era apenas o princípio de algo…

Vamos lá ver, isto tem 24 equipas?

10 de junho. Todas as dúvidas e mais algumas se levantavam neste dia. Os atentados de Paris colocavam um grande ponto de interrogação na segurança do Euro 2016, que arrancou neste dia, mas dentro de campo também. Desde logo, foi um momento histórico para a UEFA, pois pela primeira vez a fase final foi disputada a 24 equipas. Se já havia desconfiança, o novo formato aumentou-o. Quanto a Portugal, bom, um homem de fé moveu um país inteiro atrás dele até ao último suspiro.

O Euro 2016 foi nosso e tem tratamento especial por isso, mas foi também o momento de Gales surpreender o Continente, dos adeptos da Islândia enamorarem a Europa e de bebermos com os irlandeses do norte ao som de Will Grigg’s on Fire. Inesquecível.

Chile, o resto da América também é teu

27 de junho 2016. Os Estados Unidos organizaram a prova que uniu as Américas. Norte, Centro e Sul reuniram-se para a Copa América Centenário, edição especial do maior torneio de seleções do lado de lá do Atlântico.

Pela primeira vez, a prova realizou-se fora da América do Sul, com 16 equipas entre CONCACAF e CONMEBOL. O resultado foi o mesmo, porém. Venceu o Chile em 2016 como havia vencido em 2015. Nos penáltis, frente à Argentina. Os chilenos conquistaram o resto que havia da América e pela segunda vez na História venceram o torneio continental.

Messi diz que sai da seleção, depois não sai e acabam todos calados

27 de junho 2016. O Chile em festa, a Argentina num lamento, o Mundo espantado. Lionel Messi era breaking news logo após a final da Copa América ao anunciar que ia retirar-se da seleção.

Foram quatro finais perdidas de forma consecutiva, com o capitão a falhar uma das penalidades que tinha dado o troféu ao Chile instantes antes. O momento colocava uma grande interrogação na Argentina. Uma era fechava-se.

Só que não. E Messi voltou. Jogou, capitaneou e acabou a dizer que os jogadores não falam mais. Fora dos lugares de acesso ao Mundial de 2018, os decretaram um blackout numa seleção que é vice-campeã mundial e vice-campeã sul-americana. E norte e centro-americana, já agora, que esta edição de 2016 da Copa foi mesmo especial.

Uh la la, 105 milhões de euros e todos respiram de alívio

9 de agosto 2016. Até que enfim, suspiraram as redações em todo o mundo! Eram os primeiros minutos de 9 de agosto em Portugal quando Manchester United e Juventus anunciaram o que já toda a gente sabia, mas que carecia de oficialização: Paul Pogba voltava a Old Trafford para jogar na equipa de José Mourinho.

A mudança do francês de Turim para Manchester fez correr imensa tinta e muitos, muitos euros: 105 milhões deles para se concretizar. Foi a maior transferência de sempre no futebol. Sem contar com a inflação, claro.

As lágrimas de Neymar

21 de agosto 2016. O Mineirazo já lá vai, mas vem lá a Alemanha de novo. O escrete joga tudo no torneio olímpico em vez da Copa América. Aposta nos Jogos do Rio, onde está Neymar, a maior estrela da canarinha e joga a final em casa, dois anos depois de ter sido humilhado pela Mannschaft no Mundial que também organizou.

A história foi diferente, desta vez. Aliás, se houve massacre, ele foi brasileiro, no prolongamento, para evitar a decisão por penáltis. No entanto, o título internacional que faltava ao Brasil foi mesmo conseguido nos penáltis. 5-4 na decisão, com Neymar a bater o decisivo e inundar-se num mar de lágrimas que ele próprio chorou.

LaMia 2933

29 de novembro 2016. A alegria do Brasil não existe mais. Era madrugada em Portugal quando a notícia da tragédia surge: o voo LaMia 2933 despenhou-se perto de Medellín, Colômbia. Lá dentro, a comitiva da Chapecoense. Jogadores, treinadores, dirigentes, convidados, jornalistas e tripulantes. O clube vive o maior momento da História, tão bonita que o Brasil inteiro o apoia frente ao Atlético Nacional, que o aguarda para a primeira mão da final da Sul-Americana.

O LaMia 2933 não chega a destino. E 71 de 77 passageiros iniciam uma outra viagem. O futebol morreu, sem morrer realmente. A tragédia tocou todos no desporto, porque homens e mulheres entram todos os dias naqueles «pássaros com motor», para se superarem, para nos emocionarem, para quando marcarem um golo nos façam sentir vivos só de gritá-lo. Não para isto, nunca para isto. Para um velório coletivo que deixou uma cidade em dor e o resto do mundo a tentar aliviá-la. 

O que se vê aí na tua TV?

14 de dezembro 2016.  A prova intercontinental de clubes ganha súbito interesse. Não pelos resultados do Kashima Antlers ou pelos feitos de Cristiano Ronaldo, mas por causa de um ecrã. O campeão japonês defronta o campeão sul-americano, Atlético Nacional, quando Victor Kassai interrompe o jogo e corre para a lateral. O árbitro para em frente a uma TV e decreta sentença: penálti!

Pela primeira vez na História, o vídeo foi usado como prova, em tempo real, num jogo de futebol que o mundo inteiro podia ver. O penálti era óbvio, mas o fora de jogo no início da jogada também. A discussão prolongou-se e novas questões se levantaram. Quase ninguém ficou esclarecido.

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