Tito de raça
O jogo permitiu-lhe brilhar. Num momento de forma ideal, primeiro, complicou a acção de Patacas, não deixando o polivalente defensor contrário subir no terreno, conferindo também pequenos toques de classe e desequilíbrios nas saídas para o ataque. Bem assistido por Manoel, apareceu no vértice da área a fuzilar Hilário à passagem da meia hora, num remate cruzado, indefensável! Golaço. Também esteve na origem do segundo golo, apontando o canto que daria o 2-1 final. Em resumo, um indiscutível.
Bruno mexeu bem na linha média
Fantástico, senhor de um ilimitado repertório de dribles e simulações. É o mínimo que se pode esperar de um jogador com a sua estatura técnica e táctica. Manuel Machado soltou-o no meio-campo campo e viu o talento do «9» despontar em pleno. Sobre o relvado mostrou uma técnica apurada e leitura de jogo acima da média. Um valor seguro de uma equipa que tem a sua força principal no meio-campo. Deixou a sua marca no encontro.
Ricardo Fernandes, pilar defensivo
Uma máquina demolidora. Assinou, possivelmente, a sua melhor exibição nesta época. Entre inúmeras recuperações de bola, cada uma delas sugerida por uma rara capacidade de adivinhação, foi a primeira razão do desespero ofensivo do adversário. A agilidade e a oportunidade do desarme não resumem tudo de que é capaz Destruiu (quase) tudo o que o Nacional tentava desenhar em termos ofensivos, demonstrando um sentido posicional e de antecipação notáveis. Comandou bem a linha defensiva, sendo um dos principais responsáveis por esta vitória.
Primo e Rossato, em focos de aceleração
Um duelo no limite, decorrentes de intenso jogo, recuando a defender, subindo a atacar, feito de correrias loucas e inconformismo. Os dois jogadores mostraram fibra, valentia e fair-play, assente na velocidade e na capacidade de surpreender. O primeiro aventurou-se menos, o segundo ofereceu meio golo a Goulart que o brasileiro não soube aproveitar. Ligou bem o futebol da sua equipa pelo flanco esquerdo. Sim, merecia outra sorte, depois de tanta insistência e interesse... mas Primo ganhou.
Sérginho
A bola apareceu demasiadas vezes longe do seu raio de acção e quando a encontrava de forma mirabolante, mesmo sitiado por adversários, tentou coloca-la redonda nos pés de Goulart ou Adriano. Refinou a colocação no flanco esquerdo e marcou no início do segundo tempo, aparecendo à boca da baliza a concluir com um ligeiro desvio de cabeça, um livre apontado por Rossato. Reequilibrou o fiel do marcador, mas por pouco tempo, sendo visível alguma contrariedade física. Ainda assim, ajuda a explicar o desperdício, servindo metade das hipóteses. A porção restante justifica-se na falta de inspiração do ataque madeirense entregue a um ansioso Adriano e um displicente Goulart.
Paulo Assunção
Um jogador para consumir a alma adversária, grosso modo, na zona intermediária, sustentado numa força irrepreensível que abate linhas de acção do adversário na dura batalha do meio-campo. Dono de uma técnica impoluta e compleição física invejável, nunca deixou de tentar empurrar a sua equipa para os últimos 30 metros.
Lito
Decisivo no triunfo que garante a manutenção. Com ele em cena, o contra-ataque foi diferente, para melhor. Entrou no segundo tempo para liquidar as aspirações dos madeirenses. Sofreu uma falta de Cardozo para castigo máximo que Mário Mendes perdoou ao Nacional, mas segundos depois apontou o golo da vitória, aproveitando a confusão instalada na área adversária, após a marcação de um canto por Tito. Bastou um desvio subtil.

Mário Mendes, que desgraça
Ás do disparate. Uma exibição manchada de negro. Um desastre no capítulo disciplinar, sobretudo no decorrer do segundo tempo, pactuando com situações agressivas que nada têm a ver com o futebol. No domínio técnico também falhou...deixando passar em claro um derrube de Cardozo a Lito na área que passou impune. Todo o estádio viu, menos o juiz de Coimbra.