Ivo Vieira continua a ser um rotundo zero: dois jogos ao serviço do Estoril, dois empates, zero golos marcados e zero golos sofridos.

Enquanto espera por ver finalmente algum golo, o treinador somou para já dois pontos, um nos Barreiros e outro em casa frente a uma das boas equipas deste campeonato: ainda não chegou para abandonar os lugares de descida, mas pelo menos já não carrega a lanterna vermelha sozinho.

No entanto, e para lá destes dados simplistas, interessa dizer que o Estoril-Portimonense valeu a pena. Não teve golos, é verdade, o que é uma falta de sal difícil de engolir, mas foi um bom jogo.

Para quem gosta de futebol inglês, por exemplo, este encontro de encerramento da 13ª jornada deve ter sido um regalo. Teve todos os ingredientes de um espetáculo very british.

Confira a ficha de jogo e as notas dos jogadores

Não foi bem jogado, longe disso, houve muitas falhas, muitos passes mal medidos, muitas perdas de bola, mas teve euforia, tumulto e frenesim.

Bola de um lado, bola do outro, oportunidade de um lado, oportunidade do outro, ritmo, dinâmica, duas equipas viradas para a baliza adversária, os jogadores ofensivos a ganharem constantemente os duelos com os defesas, vontade de ganhar dos dois lados, enfim, foi um jogo agitado, nervoso e impaciente.

Muito mérito do Portimonense, é certo, que jogou aberto perante um adversário que precisava mais de vencer do que ele próprio. Apesar disso, os algarvios nunca recusaram jogar à bola.

O Estoril teve quase sempre mais domínio, também porque a equipa ganhava várias vezes as segundas bolas e ia carregando, carregando.

O Portimonense não se inquietou muito com isso, deixou o adversário ter a bola e depois explorou as saídas rápidas para o ataque. Dener, um médio com olhos nos pés, fazia o futebol percorrer os melhores caminhos, o trio de avançados na frente dava velocidade e finalização.

Kléber foi o melhor em campo, veja os outros destaques

Por isso as oportunidades de golo apareciam por vezes de minuto a minuto.

Só Kléber, por exemplo, teve umas cinco. Nakajima teve três. Welligton teve pelos menos duas, tantas quando André Claro, Fabrício, Victor Andrade ou Lucas Evangelista.

Tum, tum, tum, tum, tum, foi um jogo sempre a dar, sempre a correr, sempre a ameaçar.

Pelo meio Welligton marcou mesmo, Bruno Paixão começou por assinalar golo, mas depois de ver o vídeoárbitro anulou-o e bem: Ruben Fernandes estava em fora de jogo e faz-se à bola.

Foi pena, porque este jogo merecia ter golos, mas por outro lado faz sentido: nenhuma equipa merecia perder.

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