Ricardo Sá Pinto acautelou as contrariedades que o Moreirense vai encontrar «numa final» diante do Desportivo de Chaves, na véspera da primeira mão do play-off de manutenção na I Liga. O treinador está suspenso por quinze dias, mas está convencido que vai estar no banco já no jogo deste sábado.

«Para mim, o Chaves tem um plantel de I Liga e estamos alertados para isso. Não vamos jogar contra uma equipa de outra divisão, mas sim do nosso nível, que tem qualidade e é difícil. Sinceramente, atribuo 50 por cento a cada equipa. Não vejo o Moreirense a partir à frente, nem o Chaves a partir atrás. Vejo duas boas equipas, que se defrontarão com a mesma meta. É uma final que queremos vencer», frisou o técnico, em conferência de imprensa.

Depois de terem passado as doze rondas anteriores fora da zona de salvação automática, os cónegos, já sem possibilidades de manutenção direta, abandonaram os lugares de despromoção na 34.ª e última jornada, ao golearem na receção ao vizinho Vizela (4-1).

O triunfo do Moreirense, aliado ao empate do Tondela com o Boavista (2-2), permitiu aos minhotos subirem ao 16.º e antepenúltimo lugar, de acesso ao play-off de permanência, com 29 pontos, justamente por troca com os beirões, que caíram diretamente na II Liga.

«São dois jogos cujo resultado dará uma decisão sobre quem vai ficar na I Liga. Fizemos um trajeto bastante duro até aqui. Estivemos várias vezes fora desta oportunidade, mas nunca desistimos e acreditámos sempre. É com grande mérito que criámos, no mínimo, esta oportunidade. Acho que merecíamos mais, mas, por variadíssimas razões, não foi possível. Esta é a nossa realidade e vamos agora encarar uma equipa de I Liga», notou.

Detetando «muitas opções de qualidade» no «melhor e mais equilibrado plantel da II Liga», Ricardo Sá Pinto justificou essas cautelas com as eliminações dos cónegos da Taça da Liga e da Taça de Portugal à custa dos secundários Penafiel e Mafra, respetivamente.

«Estes alertas chegam para percebermos que a diferença entre a nossa equipa e as que estão numa divisão inferior não é aquela que pensamos. Apenas nos separam divisões, mas não a qualidade dos atletas. Levo uma carreira de grande experiência no futebol e a minha forma de estar sempre foi muito desconfiada, de alerta e de grande humildade e respeito perante o adversário. Vamos ter de estar dessa forma. Não há outra», apelou.

O treinador espera que o Moreirense «seja tão eficaz» como no jogo com o Vizela, cuja exibição gerou uma «confiança equilibrada e realista, mas não desmedida» para defrontar o terceiro colocado da II Liga, que viu Rio Ave e Casa Pia subirem diretamente à I Liga.

Suspenso por quinze dias devido a incidentes no final do último jogo, Ricardo Sá Pinto deve recorrer do castigo em tempo útil para poder estar no banco de suplentes durante o play-off, no qual ainda vigora a regra dos golos fora valerem a dobrar em caso de empate.

«Vamos à procura do melhor cenário. O pior é perder e não marcar golos. Não me parece que haja já uma decisão. Será um primeiro jogo disputado e equilibrado, em que o lado emocional é muito importante. A equipa que surgir mais serena, confiante e concentrada vai ter mais hipótese de ganhar. Nestes jogos, os detalhes fazem a diferença», finalizou.