Kevin Mirallas é o reforço mais sonante deste mercado de inverno na Liga. O treinador do Moreirense, Ricardo Sá Pinto, explicou os fatores que levaram à contratação do internacional belga.

«Não seria fácil um jogador do nível dele vir para o Moreirense se estivesse a jogar como titular numa equipa qualquer. Não teríamos capacidade para o contratar sequer, quanto mais para lhe pagar o salário. O Kevin Mirallas fez um esforço financeiro para vir para o Moreirense e digo com orgulho que influenciou eu ser o treinador», reconheceu.

O avançado de 34 anos estava sem clube desde a saída dos turcos do Gaziantep, onde foi treinado por Ricardo Sá Pinto em 2020/21.

«Não joga há algum tempo e isso é um ‘handicap’ para ele e para nós. Não tem o ritmo ideal de jogo para entrar de forma imediata e ajudar-nos com tudo aquilo que sabe, mas vamos ajudá-lo na integração, para que rapidamente chegue à forma que pode e quer e nós desejamos. É um processo que ainda vai demorar duas a três semanas», apontou.

«Pode jogar a ‘oito’, a ‘dez’ e a extremo. É um jogador inteligente, experiente e com carreira feita em várias posições. Comigo também o fez, pelo que está preparado para jogar em diferentes sistemas. Por agora, sinto que nos pode ajudar em determinados minutos. À medida que for treinando, terá outra capacidade para subir de nível.»

O Moreirense anunciou ainda a chegada do médio brasileiro Jefferson, com quem Sá Pinto também trabalhou no Gaziantep e que vinha a perder espaço nesta temporada.

«Vem com outro ritmo, apesar de estar parado há dois meses. Vai ser mais fácil de se adaptar à nossa intensidade e a partir da próxima semana já vai ser opção. Juntamente com o Kevin Mirallas, fará quase uma mini pré-época. Joga mais numa posição de ‘oito’, como médio de chegada, que transporta o jogo, aparece muito bem sem bola em zonas de finalização, é muito rotativo, gosta de ter bola e assumir a responsabilidade», afirmou.

Quanto às saídas de Abdu Conté para o Troyes e de Filipe Soares para o PAOK, o técnico dos minhotos diz que refletem um campeonato «cheio de talentos e alvo de outros países e clubes com maior capacidade financeira».

«Sou funcionário do clube e estou satisfeito com os jogadores que tenho. Não queria que tivesse saído ninguém, mas não sou eu que vendo atletas e giro o clube. Provavelmente, o clube teve de tomar essas decisões não por querer, mas por necessidade. Temos de aceitar essa realidade e trabalhar com os que temos, acreditando na sua capacidade. Se pudermos agregar valor à equipa, certamente iremos fazê-lo», concluiu.

O Moreirense joga já este domingo, no terreno do Sp. Braga, a partir das 18h00.