O acidente entre Miguel Oliveira (RNF Aprilia) e Marc Márquez (Honda) marcou o Grande Prémio de Portugal de MotoGP, já que ambos sofreram uma queda e tiveram de abandonar a corrida.

Oliveira sofre de uma contusão na perna direita e, ainda com visíveis dores, deu a sua versão dos factos.

«O incidente é bastante fácil de explicar, foi uma tentativa de ultrapassagem um bocado ambiciosa por parte do Márquez, não tinha espaço para parar, evitou o piloto da frente que era o [Jorge] Martín e veio parar contra mim», disse aos jornalistas.

«Talvez ele quisesse ganhar posições nas primeiras voltas, mas acho que foi o lugar errado para o fazer», acrescentou.

Apesar de se sentir «otimista» para o resto da temporada, o piloto luso não conseguiu esconder a frustração.

«Bastante. É mais frustrante ainda quando sabemos que podemos fazer um bom resultado. Queria fazer um bom arranque e fiz, coloquei-me em primeiro, fiz a volta de abertura em primeiro, quando o Pecco [Bagnaia] me passou sabia que ainda tinha alguma margem para melhorar, porque ainda tinha os pneus com a pressão baixa, tinha de pôr a mota mais quente. Demasiado inglório acabar a corrida tão cedo, com tanta expectativa que se gerou, tanto apoio que tive. É muito inglório», frisou.

Oliveira revelou também que Márquez pediu desculpa no centro médico. «Há esse respeito, sempre.»

Ainda assim, o piloto português apelou que o espanhol fosse penalizado, tal como aconteceu neste fim de semana com Joan Mir após um contacto com Fabio Quartararo.

«Sim, falámos. Ele tentou-me explicar a situação dele, que provavelmente teria um problema no travão, mas quando se tem problemas nos travões trava-se antes e não mais tarde para tentar ultrapassar os pilotos. Espero que o sistema funcione e, se sancionou outros pilotos, que o sancione a ele também», vincou.

Quanto ao seu estado físico, Miguel Oliveira revelou que pretende chegar à Argentina na melhor condição possível.

«Não havendo lesão, temos de arranjar a melhor forma de gerir a dor. Fisicamente, sinto-me apenas dorido. Tivemos a averiguar se havia alguma fratura no fémur, felizmente não. Temos de fazer um despiste com uma ressonância se está tudo intacto a nível ligamentar e começar a fazer o tratamento», concluiu.