O piloto português Miguel Oliveira (KTM) falou esta sexta-feira num dia estranho nas duas sessões de treinos livres do Grande Prémio de Portugal de MotoGP, marcadas pela chuva. O “falcão” de Almada obteve a sexta posição na tabela combinada de tempos das duas sessões disputadas no Autódromo Internacional do Algarve.

«Dia estranho, no geral. Com estas condições, senti-me bem na parte manhã, mas, claro, há um conjunto de coisas que temos [ndr: equipa] de melhorar. Antes do início da segunda sessão de treinos, as condições não eram assim tão más, mas no final foi completamente impossível ser rápido. Concentrei-me em ter ritmo e recolher informação para amanhã», começou por explicar Miguel Oliveira, à comunicação social, notando que «as curvas à esquerda a alta velocidade, como a nove, a quatro e a subida para a 11, são as mais complicadas».

Com toda a carreira no MotoGP na KTM, Miguel cumpre o último ano de contrato com a marca austríaca, tendo já manifestado a intenção de continuar, mas questionado sobre uma eventual renovação, apenas referiu «não» existirem avanços.

No sábado, está previsto um novo dia difícil, face ao vento e chuva, contudo, caso no domingo a pista esteja seca, o piloto luso disse «não ter nenhum plano específico, pelo que terá de se adaptar» à corrida da quinta ronda do Mundial de 2022. «Temos de ser rápidos a adaptarmo-nos às condições. Não temos nenhum plano específico. Obviamente, quando tudo é novo, temos de adaptar-nos em pista, já que não vamos ter demasiado tempo. É preparar o melhor possível o domingo à tarde», concluiu.

Por seu turno, o piloto italiano Enea Bastianini (Ducati), líder do Mundial de MotoGP, lamentou a «falta de confiança» em Portimão, depois de ter sido 16.º classificado do primeiro dia de treinos livres.

«A segunda sessão estava muito perigosa, sobretudo nos últimos cinco minutos», sublinhou o piloto italiano, da equipa privada Gresini, que corre com motas Ducati.

Bastianini já venceu duas das quatro corridas disputadas até ao momento (no Qatar e em Austin, nos EUA) mas explicou que não se deu bem com a chuva na pista algarvia. «A minha condução usa muito a frente da mota e é precisamente o que é complicado de fazer com chuva», frisou.

O também italiano Francesco Bagnaia (Ducati) alertou, por outro lado, para a gravilha colocada nas escapatórias do circuito em Portimão, após ter caído na segunda sessão de treinos.

Além do despiste de Bagnaia, que admitiu ter sido «culpado por perder a frente da mota» na segunda sessão de treinos livres, dominada pelo espanhol Marc Márquez (Honda), também o transalpino Marco Bezzecchi (Ducati) e o francês Johann Zarco (Ducati) foram parar à gravilha, sem consequências físicas para os pilotos.

A queda de Bagnaia:

Sustentando as críticas, Bagnaia, atual 12.º classificado do campeonato e nono esta sexta-feira na tabela combinada, levou mesmo uma mão cheia de pedras até às “boxes”. «Peguei na gravilha, porque acho que não é aceitável num circuito destes haver gravilha deste tamanho. A mota caiu devagar, mas ficou destruída. Podemos magoar-nos a sério com isto. Para nossa segurança e das motos, não é normal termos gravilha deste tamanho», alertou o vencedor da última edição do Grande Prémio de Portugal, à comunicação social.

A corrida está marcada para as 13 horas de domingo. Este sábado, os treinos livres são às 09h55 e 13h30 e as qualificações às 14h10.

A queda de Bezzecchi:

A queda de Zarco: