«Tens de ter em conta os aspectos culturais do país onde trabalhas. Se vives numa sociedade onde o fair-play é fundamental, como em Inglaterra, é fácil. Os jovens em Inglaterra são ensinados a jogar futebol, enquanto nos países latinos os jovens são ensinados a ganhar, se calhar é por isso que os ingleses estão agora a ganhar», começou por destacar.
O treinador do Inter prefere jogar na fronteira destes dois mundos, mas sempre dentro das regras definidas. «A alta competição permite certos desvios. As regras permitem-me num jogo que esteja a ganhar por 1-0 com dificuldades fazer três substituições entre o minuto 90 e 94 e acabar com o jogo», destacou, considerando ainda válidas as habituais percas de tempo no decorrer do jogo. «Se quiserem acabar com isso, imponham o tempo útil de jogo como no basquetebol», acrescentou.
Uma filosofia de jogo que fez escola, uma vez que já há muitos técnicos, principalmente os da nova geração, a imitar os «tiques» de Mourinho, não só nos métodos, mas também na imagem. «Não penso que seja importante. Costumo dizer aos jogadores que não podem escolher umas botas porque a marca lhes paga para as usar se se sentem melhor com outra marca. O treinador é a mesma coisa, há uns que se sentem melhor de fato de treino, outros de fato e gravata. Sei do que estão a falar, já tenho visto treinadores com a barba por fazer e com a gola levantada, mas isso não me afecta», atirou.
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