José Mourinho esteve esta manhã à conversa com alunos da Faculdade de Motricidade Humana, um momento que o Maisfutebol acompanhou em directo. O treinador do Inter deu conselhos e abordou temas polémicos. Mas recusou a ideia de que seja um exemplo para os alunos da faculdade onde se licenciou em Educação Física: «Não sou exemplo para ninguém¿». Mourinho reafirmou ainda a sua meta de treinar a selecção: «Daqui por 15 anos.»
Fique com algumas das principais frases de José Mourinho aos alunos, que o eceberam ao som do «fado da Cruz Quebrada», num auditório repleto e com intervenções pontuadas por aplausos:
«Saí daqui, até me arrepio, há quase 25 anos, o tempo voa. A faculdade fez de mim o que sou hoje? Não¿ Mas deu-me muito para ser aquilo que sou. Tive um professor muito chato, no bom sentido, o Manuel Sérgio. Disse-me que treinadores que só saibam de futebol há muitos, que saibam de mais alguma coisa há poucos, e aí podes fazer a diferença. Se calhar foi esse o meu objectivo, munir-me de armas que pudessem ser úteis na minha carreira.»
«O mediatismo não faz o sucesso das pessoas, é feito pelas suas competências, pelo trabalho que realizam e pelo modo como se dedicam aos outros.»
«A minha mensagem: exprimir a satisfação por estar aqui, dizer à faculdade que, dentro das minhas limitações de tempo, podem contar comigo. Espero que não, mas se se proporcionarem mais alguns meses de desemprego, em vez de ficar a pensar no regresso, seria um enorme prazer regressar à faculdade e poder colaborar convosco.» [aplausos].
«Devemos lutar pelo nosso sonho, e fundamentalmente estar bem connosco próprios. Não quero ser um exemplo para ninguém. Posso ser só um exemplo apenas nesste sentido: tinha um sonho e fui atrás dele.»
Quais as principais dificuldades que sente como treinador?
«É uma pergunta difícil, são as dificuldades do dia a dia. Podemos sair da universidade muto bem preparados, mas no confronto com a realidade somos habituados a crescer, fundamentalmente ao nível da gestão de grupos, gestão de homens, os problemas acontecem todos os dias. É uma área em que devíamos entrar no nosso mercado de trabalho o mais bem preparados possível».
«Depois outro aspecto tem a ver com a metodologia de trabalho e as dúvidas que ponho a mim próprio. Sou um treinador com muitos pontos de interrogação, que procura sempre por defeitos onde as coisas parecem perfeitas. Não são dificuldades, mas é um desafio permanente».
«E os jornalistas. Volto a dizê-lo com todo o respeito, com todo o carinho: aturá-los é um drama.»