«Se Ronaldo fazia 2-0 o pessoal mudava de canal», disse José Mourinho ao enviado-especial da TVI, Henrique Mateus, no final do Galatasaray-Real Madrid, para a Liga dos Campeões.

Piscando o olho à TVI, sorridente, Mourinho acrescentou que toda a emoção da segunda parte tinha sido boa para a audiência, aumentando o share de todas as estações que naquela altura transmitiam a partida.

Será que Mourinho tem razão?

Os números dizem que sim.

A curva de audiência das duas medições existentes em Portugal (GFK e Marktest) coincidem num ponto: a partir do 1-1 o número de espectadores aumentou. O jogo foi captando mais pessoas a cada minuto. De tal forma que o pico coincidiu com o segundo golo de Cristiano Ronaldo, mesmo em cima do apito final.

De acordo com os números da Marktest, o Galatasaray-Real Madrid começou com cerca de um milhão de espectadores. O primeiro golo de Ronaldo foi visto em direto por 1,2 milhões de pessoas. Quando o intervalo chegou estavam ligados cerca de 1,6 milhões de espectadores.

Este foi o valor, sensivelmente, que se registava quando Eboué empatou, o que sucedeu um minuto depois de Ronaldo ter desperdiçado a tal oportunidade de fazer 2-0, o lance a que se referiu Mourinho. O jogo estava bom, mas nada fazia prever o que se passaria nos minutos seguintes.

O crescimento do Galatasaray trouxe mais golos e com eles mais e mais pessoas. O 2-1 foi visto por 1,9 milhões. Às 21:24 foi passada a fasquia dos dois milhões e às 21:40, fim do jogo, estavam 2,4 milhões. Ou seja, mais 800 mil do que no instante do golo de Eboué.

Conclusão: além de perceber muito de futebol, Mourinho também tem sensibilidade para isto da televisão e das audiências.