José Mourinho está cada vez mais perto do Real Madrid. Todos os dias o treinador português aproxima-se um pouco mais do Santiago Bernabéu e, apesar de ainda ter contrato com o Inter, os jornais da capital espanhola já sentem o efeito de um verdadeiro fenómeno.

Nas redacções de «As» e «Marca», os principais de Madrid, não há ainda dados oficiais. Apenas a consciência de que a «ilusión» aumenta a cada dia que se aproxima a final da Liga dos Campeões e uma eventual decisão de «Lo Speciale» a favor dos «merengues». No jornal do grupo Prisa, há a perfeita consciência de que Mourinho vende: «É um ganhador, um trabalhador, é obcecado por ganhar, talvez de uma forma até um pouco doentia. O Madrid precisava de um galáctico para o banco e ele pode sê-lo. Não há ninguém como ele em Espanha, não vejo ninguém... As vendas? Não temos dados concretos, mas há grande expectativa. É certo que subiram», desvendou Tomás Roncero, redactor-chefe, ao Maisfutebol.

«Quero o Real», diz Mourinho à «Marca»

Sem querer entrar em números, os jornalistas do «As» acreditam que quando Mourinho é capa verifica-se «uma subida de dez por cento» na venda em banca. Depois de várias primeiras páginas, o diário vai deixar esmorecer o assunto por um ou dois dias por culpa da final da Taça do Rei, entre o Atlético da cidade e o Sevilha, no Camp Nou. Mas, depois, voltarão à carga, sobretudo no fim-de-semana. «Deverá ser Mourinho e mais Mourinho nos dias seguintes», promete Roncero.

Na redacção de a «Marca» existe já a consciência de que um fenómeno está prestes a abalar a Espanha. «É uma personagem. Nós conhecemos o seu trabalho desde que ganhou a Champions com o F.C. Porto. Há uma grande esperança entre todos os adeptos, que já não ganham há algum tempo», afirmou ao Maisfutebol o jornalista Ulises Sanchez-Flor.

Na direcção do jornal mais vendido em Espanha, também ainda não chegaram dados concretos. Mas sabe-se que a edição em que Mourinho eliminou o Barcelona da Liga dos Campeões foi «um grande sucesso de vendas». É muito cedo ainda para avaliar o impacto de Mourinho em Madrid, mas mesmo a partir de Milão, a mais de 1500 quilómetros, as ondas de choque já se fazem sentir.