Tem início este sábado em Moscovo o Campeonato do Mundo de Atletismo, onde Portugal terá a comitiva mais pequena em 30 anos. São 12 apenas os atletas lusos que irão representar Portugal na Rússia.

Desde 1983 que a comitiva não era tão reduzida, com destaque para as ausências de Nélson Évora, Naide Gomes, Rui Silva, Francis Obikwelu, Jessica Augusto e Sara Moreira. As razões das ausências foram várias, desde lesões a gravidez (de Sara Moreira).

A marcha é a modalidade com mais atletas, seis, que correspondem a metade da comitiva com o destaque a ir para Ana Cabecinha, recordista nacional e 12ª do ranking mundial dos 20km marcha. Inês Henriques, Vera Santos, João Vieira, Sérgio Vieira e Pedro Isidro ocupam as outras cinco vagas.

Curiosamente Portugal conta apenas com um atleta a correr na pista. Dulce Félix, atual campeã europeia dos 10 mil metros, terá como objetivo ficar no top-8. De resto há Hermano Ferreira, na maratona masculina.

Histórico é também o quarteto de lançamentos e saltos. Pela primeira vez há mais atletas nestas categorias do que em corrida. São eles Edi Maia (salto com vara), Marcos Chuva (comprimento), Marco Fortes (peso) e Irina Rodrigues (disco). O último atleta da lista é o maratonista Hermano Ferreira.

As esperanças estarão em Ana Cabecinha, Dulce Félix e Marco Fortes, que em dia «sim» poderão atingir um top-8.

Quanto às principais estrelas do Mundial, o destaque vai claramente para Usain Bolt e Yelena Isinbayeva. O jamaicano, campeão olímpico dos 100 metros, quer o título mundial e terá a tarefa facilitada como nunca teve. Tyson Gay e Asafa Powell foram punidos pelo uso de doping e não irão estar presentes em Moscovo. Também o compatriota de Bolt e atual campeão mundial, Yohan Blake, estará ausente por lesão. Espera-se assim que Bolt arrase a concorrência, coroando-se campeão mundial.

A russa Yelena Isinbayeva também centrará atenções, mas por razões diferentes. Os Mundiais no seu país de origem serão a sua última prova. Isinbayeva, que detém o recorde mundial do salto com vara com 5,06 metros, é a terceira mundial do ano, atrás da brasileira Fabiane Murer, campeã mundial, e da cubana Yarisley Silva, que parece inalcançável com as cinco melhores marcas deste ano.

Uma coisa é certa: a russa será aplaudida de pé quando fizer a sua despedida perante o seu público. Destaque também para o estádio Luzhniki, que será remodelado depois dos Mundiais, a pensar no Mundial de Futebol que se irá realizar na Rússia em 2018.