Após 19 dias consecutivos de competição, na África do Sul, o Campeonato do Mundo gozou o primeiro dia de folga. A Cidade do Cabo, um dos principais palcos da prova, aproximou-se da normalidade. Embora as marcas do Mundial continuem por todo o lado, o dia foi bem diferente. Durante 24 horas, ou até mais (nesta quinta-feira também se goza folga), as «vuvuzelas» calaram-se.

Na Cidade do Cabo, pelo menos, não se fizeram ouvir. Os adeptos portugueses voltaram para casa, os espanhóis mudam de cidade na ressaca da vitória e os argentinos começam a chegar aos poucos, já que faltam três dias para o jogo dos quartos-de-final, com a Alemanha (desses, nem sinal).

Para os sul-africanos foi um dia normal de trabalho, sem recorrer a pausas para ver os jogos. Talvez por isso tenha sido mais fácil perceber os fluxos de pessoas, ao início da manhã e ao final da tarde. Na zona das docas, o Waterfront, o movimento era mais reduzido. O anfiteatro onde costumam ser transmitidos os jogos tinha as bancadas vazias, e a tenda com ecrã gigante até fechou. Só alguns espectáculos musicais ou de artes circenses animavam o espaço (veja o vídeo no final do artigo). «A esta hora isto costuma estar cheio. Hoje o dia foi mais calmo. Estiveram aqui metade das pessoas», contou ao Maisfutebol Samy Kengela, um dos «embaixadores» da mais famosa zona comercial da cidade.

O negócio começa a desaparecer

Falta uma semana e meia para o encerramento do Mundial, mas a contribuição da Cidade do Cabo termina na terça-feira, quando receber a primeira meia-final (vencedor do Uruguai-Gana contra o vencedor do Brasil-Holanda). Antes há ainda um palpitante Argentina-Alemanha, dos quartos-de-final, mas os comerciantes já começam a pensar no regresso da época baixa.

«Na última semana de competição já será diferente. Vai voltar a época normal de Inverno», diz-nos John Joubert, gerente de um dos inúmeros restaurantes da zona. «Na Europa é verão, e aqui vai ficar mais frio, pelo que as pessoas não se devem manter por cá», lamenta.

O balanço, ainda assim, é positivo. «Crescemos 80 por cento, nesta época do Mundial», revela. «A curto prazo podemos não ver efeitos, já que as pessoas vão embora, mas vamos ter resultados a longo prazo. O benefício tem sido grande. Poucos negócios não têm lucrado. Temos dado boa imagem da cidade», explica Joubert, ao nosso jornal.

Nesta quinta-feira goza-se o segundo dia de folga, mas a animação promete voltar à Cidade do Cabo, ainda que de forma gradual. A dois dias do próximo jogo no Green Point, já vão andar muitos argentinos pelas ruas.

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