As obras no estádio Arena da Baixada, em Curitiba, um dos estádios do Mundial-2014 de futebol, foram suspensas terça-feira por decisão judicial, que invoca vários riscos de segurança.

O embargo, assinado pela juíza Lorena Colnago, da 23ª Vara do Trabalho de Curitiba, tem por base um relatório em que se concluiu haver, nomeadamente, «grave risco de soterramento de trabalhadores, atropelamento e colisão, queda de altura e projeção de materiais».

O relatório foi feito pelo Grupo Móvel de Auditoria de Condições de Trabalho em Obras de Infraestrutura do Ministério do Trabalho e Emprego (GMAI), o que motivou uma ação civil pública do Ministério Público do Trabalho.

«Consultando os autos, verifica-se a existência de inúmeros autos de infração, em várias fases da obra», escreveu a juíza, que aplicou multa diária de 500 mil reais (cerca de 167 mil euros) em caso de desobediência. «Após a implementação das medidas de segurança pela ré, condiciono a liberação da obra à nova fiscalização do GMAI atestando a regularização do meio ambiente do trabalho», refere ainda.

O estádio Arena da Baixada, propriedade do Atlético Paranaense, está a ser reformulado para o Mundial - deverá ser palco de quatro jogos - e tinha data de entrega para dezembro deste ano. Segundo o clube, o estádio estava 78,9 por cento concluído no final de agosto.

Em agosto, o secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, visitou o estádio e ficou então acordado com o Atlético Paranaense que não haveria lugar a uma cobertura retrátil, como planeado pelo clube, para não atrasar o andamento dos trabalhos. Valcke frisou, na ocasião, que a cobertura retrátil não era um requisito da FIFA para o estádio.

A FIFA estabeleceu dezembro deste ano como prazo para conclusão dos 12 estádios do Mundial e disse que não vai tolerar atrasos, como os que ocorreram na Copa das Confederações, em junho passado.