* Enviado-especial do Maisfutebol ao Brasil

A questão do clima de Manaus, e de eventuais falhas de preparação da seleção nacional para lidar com ele e com o calor sentido em Salvador, motivou uma intervenção mordaz de Paulo Benti na conferência de imprensa:

«Não vou sair daqui perito em climatologia, de certeza. O único responsável pelo planeamento do Mundial fui eu. Concederam-me as condições que pedi e sabíamos, desde há muito tempo, que tínhamos a possibilidade de ir fazer jogos de preparação aos Estados Unidos e quais os locais onde íamos ficar», começou por dizer, em relação à primeira etapa do trabalho, e aos particulares com México e Irlanda.

Já acerca da escolha de Campinas, com um clima mais ameno, como base para o Mundial no Brasil, Paulo Bento voltou a chamar a si a responsabilidade: «Portugal escolhe dentro daquilo que a FIFA disponibiliza. Fui eu que escolhi Campinas, pela distância para o Centro de Treinos e aeroporto, o que nos permitiria potenciar ao máximo o treino. Tudo o resto, com mais ou menos fundamento, é porque há que encher papel. Mente-se com frequência», acusou.

Por fim, o selecionador recusou abertamente explicar o desaire na estreia com má adaptação ao clima: «Deixarmos à questão da temperatura e humidade a derrota com a Alemanha é porque não percebemos muito disto. Não foi por isso que perdemos, foi por responsabilidades da nossa parte, minhas em primeiro lugar e, depois, de outro elemento que hoje voltou a passar factura a outra seleção (N.R: o árbitro sérvio Milorad Mazic, que voltou a deixar um penálti por assinalar, a favor do Irão)»