Depois do desastre do escrete na Copa, começou a «sangria» no futebol brasileiro.

Scolari e Parreira já caíram, discute-se agora a dimensão da mudança que será preciso operar. Romário, antigo craque e agora deputado federal, não poupa nas críticas e aponta a necessidade de anular a eleição de Marco Polo Del Nero (atual vice da CBF e presidente da federação paulista) como sucessor de Marin: « Se queremos mudanças, que tal anularem essa eleição clandestina e obscura que colocou Marco Polo Del Nero na presidência da Confederação nos próximos quatro anos?», questionou Romário, num discurso na Câmara dos Deputados.

Del Nero  foi eleito em abril como novo presidente da CBF, mas apenas assumirá o cargo em abril do próximo ano, em substituição de José Maria Marín. Romário sublinho que o futebol no Brasil «não pode, nem merece, continuar a ser comandado por um bando que já demonstrou a sua incompetência». 

O antigo craque defende a criação de uma Comissão de investigação à gestão da CBF, com o levantamento do sigilo bancário às contas da Confederação.  

Rogério Ceni, carismático guarda-redes do São Paulo, é outro dos principais críticos: «A derrota foi reflexo do nível dos times da Alemanha e do Brasil. Eu até acho a Alemanha superior, mas a diferença não é desse tamanho. Agora, as mudanças no futebol precisam vir de cima para baixo, de quem está no poder. Aqui, tem isso de se perpetuar, essa mania do brasileiro levar vantagem em tudo», apontou, sobre o 1-7 do Brasil-Alemanha, e após o triunfo São Paulo sobre o Bahia (2-0) para o Brasileirão. 

O capitão do São Paulotambém falou da falta de público nos estádios  e disparou contra a falta de investimentos da CBF no futebol brasileiro. «Não tem nem metade do público da Copa nos estádios, porque não oferece nada. A CBF é extremamente rica, e nada é feito. A CBF tinha que ajudar os clubes, e não faturar e deixar eles nessa pindaíba", disse o goleiro, que também citou a presidente Dilma Roussef. "Quem sabe agora, com campanha, a presidente não tenta se mexer um pouco. Em época de eleição, as pessoas acabam se mexendo».