*Enviado-especial ao Brasil

Com duas assistências e uma eficácia de passe superior a 85 por cento, Toni Kroos tem sido um dos nomes em destaque numa seleção alemã que, depois do início arrasador com Portugal, não tem sido poupada a críticas no seu país. Algo que o médio do Bayern (por enquanto...) espera ver revertido no jogo desta sexta-feira. A chave é só uma, diz: «Vai ser muito importante manter a posse de bola. A França é uma equipa de topo. O jogo vai ser decidido no meio-campo, e se mantivermos a bola e ganharmos os duelos estamos bem lançados. Sabemos que meio-campo deles é forte, mas se os nossos esiveram no melhor nível, achamos que temos melhor equipa e podemos ganhar», reforçou.

Olhando para o desempenho da Alemanha neste Mundial, Kroos não atribui muito peso às críticas, em especial às que têm sido dirigidas a Özil: «Pode jogar no meio, nos flancos, e já mostrou neste torneio que tem qualidades para ser decisivo. Estes jogos a eliminar vão mostrar, como ele é importante para a equipa», afirmou, confiante.

Já sobre a posição a ocupar por Philip Lahm, a questão que mais ocupa espaço nos «media» alemães, Kroos foi pragmático: «É a pergunta errada, não sou o treinador. Acredito que temos um excelente meio-campo e posso jogar com Philip, como já o mostrámos no Bayern, ao longo da temporada, mas também temos alternativas se ele jogar como lateral», reforçou, ao mesmo tempo que defendia o princípio básico que a Alemanha partilha com o Bayern de Pep Guardiola: «Admito que é muito importante mantermos a posse de bola, e temos bons jogadores para conseguir isso. Depois, em relação aos últimos jogos, temos de ser mais precisos nos passes de rotura, para a frente», disse.

Kroos comentou também o facto de este Mundial estar a fazer incidir os holofotes em jogadores com menos de 25 anos, como ele próprio: «É importante ter jovens, em qualquer equipa, mas não acho que o que está a acontecer no Mundial seja uma questão de idade. O que há é muitos jovens de 20 anos com grande experiência, na Bundesliga ou em ligas de topos. Se um jogador tem qualidade, está pronto a mostrá-la cada vez mais cedo a este nível, porque já tem posição de destaque na sua equipa», frisou. E, numa altura em que os brasileiros estão obcecados com a «pressão» e a forma como os jogadores do escrete estão a lidar com ela, Kroos garantiu que não haverá qualquer descontrolo emocional por parte dos mais novos da Alemanha, como ele próprio, Götze ou Schürrle: «A pressão não é nova para nós, existe porque estamos numa equipa de topo, e as expectativas são altas. Mas também o são entre nós. Na Alemanha querem o título e tudo o resto será visto como derrota, mas já mostrámos que somos capaze4s de lidar com essa expectativa», concluiu.