Com mais uma cabeçada de Slimani a Argélia marcou encontro com a Alemanha, numa qualificação histórica para os oitavos de final do Campeonato do Mundo. A Rússia chegou a estar com um pé na próxima fase, quando Kokorin marcou logo aos seis minutos, mas as «Raposas do deserto» reagiram bem e acabaram por empatar na segunda parte com um golo determinante do avançado do Sporting.

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As contas eram fáceis de fazer neste grupo. A Argélia, depois da vitória sobre a Coreia do Sul (4-2), precisava apenas de um empate para seguir em frente, enquanto a Rússia, ainda sem vitórias, estava mais pressionada, estava obrigada a vencer. Mas quem não estivesse a par da classificação dificilmente tiraria estas conclusões pela postura das duas equipas em campo. A Rússia jogava com tranquilidade, de forma muito disciplinada, com passes seguros e poucos riscos. A Argélia, por seu lado, apresentava um futebol mais caótico, demasiado centralizado na procura de Slimani na área, com muitos passes em profundidade e pouca preocupação em manter a posse de bola.

Foram precisos apenas seis minutos para os pressupostos iniciais inverterem-se. Numa altura em que Feghouli estava fora de campo a enfaixar a cabeça, depois de um choque com um companheiro, a Rússia aproveitou a vantagem numérica para chegar ao golo. Uma aceleração, a desmarcação de Kombarov sobre a esquerda e o cruzamento largo para a área onde surgia Kokorin em corrida. Boa elevação do avançado do Dínamo de Moscovo e cabeçada para as redes de MBolhi. Num ápice mudava tudo. Agora era a Argélia que estava obrigada a marcar e a Rússia que podia gerir.

A Argélia até reagiu bem, aumentando a velocidade do jogo, com Berahmi e Feghouli mais ativos, mas a Rússia, com um futebol frio e uma defesa bem organizada cedia poucos espaços e a equipa africana só conseguiu criar perigo em lances de bola parada, com destaque para dois pontapés de canto da direita que permitiram outras tantas cabeçadas a Slimani. Ambas à figura de Akinfeev. O intervalo chegava com a Rússia em vantagem, até porque não havia golos em São Paulo entre a Bélgica e a Coreia do Sul.

MBolhi defende, Slimani não perdoa

Logo a abrir a segunda parte, a Rússia podia ter resolvido definitivamente a questão, com Samedov a combinar com Kokorin e destacar-se na área. Valeu a magnífica intervenção de MBolhi a sair aos pés do avançado russo. A Argélia estava com dificuldades em chegar à área da Rússia, mas em mais um lance de bola parada, aos 59 minutos, acabou por chegar ao golo. Livre em forma de canto curto marcado por Barhami e cabeçada imparável de Slimani junto ao segundo poste com Akinfeev aos papeis. 

A Argélia voltava a colocar-se na mó de cima e, agora, podia voltar a gerir. Halihodzic recorreu a três jogadores do banco, todos com ligações à liga portuguesa, para ir arrumando a sua equipa, sem nunca a desequilibrar. Entraram sucessivamente Yebda, Ghilas e Soudani, numa altura em que a Rússia aumentava a pressão.

O sangue frio dos russos deu jeito para defender, mas agora era o sangue quente dos argelinos que levava a melhor nos emotivos minutos finais. Fabio Capello lançava Dzagoev e Kanunnikov, mas prescindia do avançado Kerzhakov. A Rússia tinha mais bola, mas não conseguia criar perigo. Entretanto, a Bélgica marcava em São Paulo e arrumava definitivamente as contas deste grupo. A Argélia, em clima de festa, defendeu o empate até final e, assim, garantiu o segundo lugar, atrás dos Diabos Vermelhos, marcando um encontro histórico com a Alemanha de Joachim Löw.