*Enviado especial ao Brasil 

A figura: Romero

Messi decidiu o jogo, mas não foi o melhor em campo. Loge disso. Se é verdade que o golaço do número 10 vale os três pontos e o apuramento, é preciso recordar a forma como Romero foi evitando o escândalo. Depois de uma primeira parte onde parecia um espectador no relvado, não estaria à espera de tanto trabalho no segundo tempo. Esperava-se que a Argentina massacrasse, mas não aconteceu e Romero teve mesmo de se aplicar três vezes. Negou golos a Reza, em duas ocasiões, e Dejagah, este numa estirada brilhante, quando o destino parecia traçado.

O momento: são assim os génios

Minuto 91. Messi era uma das deceções de um jogo que caminhava para um empate que até seria mais justo face ao que se esperava de ambas as equipas. Mas os génios não escolhem hora para aparecer. Ou melhor, aparecem nos momentos certos. E o avançado do Barcelona esteve lá quando a equipa precisou dele. O golaço que valeu a vitória, num remate em arco indefensável, entra para a galeria dos grandes momentos deste Mundial e maquilha uma atuação mais pobre do que seria de prever.

Outros destaques

Di María

O agitador de serviço no primeiro tempo, mas engolido na indecisão da equipa no segundo. Com Messi apagado, foi o avançado do Real Madrid a pegar no jogo e empurrar a equipa para frente. Ocupando uma posição híbrida entre o meio-campo e o ataque, foi o elo de ligação primordial que os mais defensivos Gago e Mascherano procuraram.

Garay e Rojo
Mais trabalho do que seria de esperar. Defensivamente pouco testados no primeiro tempo, em virtude do posicionamento em campo do Irão, tentaram ser úteis no ataque. Destacaram-se, claro está nas bolas paradas. Uma tentativa para cada um na primeira parte, ambas com o mesmo desfecho: ao lado. Rojo mostrou ainda uma pecha que uma época a central no Sporting não ajudou a curar: os cruzamentos.

Haghighi
Passou quase despercebido ao longo da época no Sp. Covilhã, chegou ao Mundial, impôs-se e tem sido o senhor das redes. E que bem esteve no primeiro tempo do duelo com a Argentina. Ganhou batalhas a Higuaín e Aguero. Primeiro com uma saída a fazer a mancha ao avançado do Nápoles. Depois com uma palmada em voo a remate em jeito de Aguero. No segundo tempo voltou a destacar-se ao fechar bem o ângulo a Di María.

Dejagah

Antes do encontro seria difícil prever que um dos destaques seria o avançado iraniano, mas a verdade é que fez muito por isso. Teve o golo na sua cabeça, vendo Romero brilhar e é ainda o protagonista do caso de maior dúvida do jogo, quando caiu na área em luta com Zabaleta.

Carlos Queiroz

O estilo pode não agradar a toda a gente, mas o mérito tem de ser-lhe reconhecido. No esquema mais defensivo que já era de prever, esteve muito perto de voltar a não sofrer golos neste Mundial, desta feita com a diferença de ter enfrentado um candidato ao título. É a sua especialidade: nos últimos seis jogos que fez num campeonato do mundo (quatro com Portugal e dois com o Irão) só sofreu por duas vezes