* Enviado-especial ao Brasil

Messi e Di María

O primeiro foi a chave do jogo, primeiro pelo que a Suíça não o deixou fazer, depois pelo que foi forçando, até encontrar a combinação do cofre, aos 118 minutos, numa recuperação de bola que lhe permitiu embalar com espaço e descobrir Di María na ponta direita. Apareceu mais tarde do que nos outros jogos, mas os génios nunca se atrasam porque o tempo espera por eles. Quanto a Di María, o contraste absoluto entre 90 minutos apagados, e 30 minutos em que foi, a larga distância, o melhor em campo. A regularidade nunca foi o seu forte. Mas o seu melhor é muito, muito bom.

Salvos por um anjo; confira a crónica do enviado-especial

Benaglio e Romero
Depois de uma primeira parte em que brilhou pela segurança nos cruzamentos, o guarda-redes suíço teve o trabalho mais complicado na segunda parte, detendo remates de Rojo, Higuaín e Messi – e, já no prolongamento, para desviar com um voo fantástico um grande tiro de Di María, antes de este sentenciar o jogo. Mas Romero, muito criticado pela imprensa argentina antes do Mundial, voltou a marcar pontos, como já tinha feito com o Irão, anulando as duas grandes oportunidades suíças da primeira parte, por Xhaka e Drmic.

Rojo
Um jogo de enorme intensidade. Tanta, que acabou substituído a meio do prolongamento, cheio de problemas musculares, e numa altura em que já tinha visto o cartão amarelo que o deixava fora dos quartos de final. Até aí, tinha mostrado segurança a defender perante as tímidas tentativas da Suíça, e uma interessante participação ofensiva. Esteve em várias situações de perigo e numa delas, aos 59 minutos, obrigou Benaglio a grande defesa. Depois do golo à Nigéria, mais um jogo que lhe permitiu dar nas vistas.

Confira a FICHA DO JOGO

Hitzfeld
Num dia particularmente difícil, pela morte do seu irmão, o técnico alemão deverá ter cumprido o último jogo de uma carreira brilhante, coroada com a conquista de duas Ligas dos Campeões, em 1997 e 2001. Muito mérito seu no equilíbrio defensivo apresentado pela equipa, que conseguiu tapar os caminhos a Messi durante mais tempo do que qualquer outra. O espectáculo não é brilhante, pois não, mas dificilmente poderia espremer melhor os limões de que dispõe – e essa é a marca de um bom treinador.

Shaqiri
A centelha de criatividade numa Suíça obcecada com a ordem e o rigor. Muito boa primeira parte, inquietando a sério a defesa argentina e criando duas claras ocasiões de golo. Perdeu fulgor ao intervalo, mas voltou a puxar pela equipa durante o prolongamento, em especial nos dramáticos minutos finais após o golo de Di María. O jogo acabou com a cobrança de um livre direto, em posição frontal, que não conseguiu desviar da barreira.