* Enviado-especial

Com apenas um golo sofrido, de penálti, Thibaut Courtois é o líder de uma das defesas mais consistentes neste Mundial e, para já, depois de mais uma excelente exibição, sério candidato ao título de melhor guarda-redes do Mundial. Na zona mista do Itaquerão, porém, o tema com que foi mais vezes confrontado, inclusive pelos próprios jornalistas belgas era: como é possível somar três vitórias mesmo jogando poucas vezes bem?

«Ganhámos três vezes e ainda não fizemos uma grande exibição, é verdade, mas não nos adianta nada fazermos um grande jogo com os Estados Unidos e voltarmos para casa. É importante sermos capazes de ganhar estes jogos, mesmo com dez, porque dá confiança e mantém o grupo coeso. Sabemos que podemos jogar melhor, mas se assentarmos a nossa campanha na organização, e depois tentarmos melhorar passo a passo as exibições, acho que estamos no caminho certo», começou por dizer o guarda-redes do Chelsea, emprestado ao At. Madrid.

O frente a frente gorado com Portugal e Cristiano Ronaldo, nos oitavos, não é necessariamente uma boa notícia para Courtois: «Para os adeptos talvez seja, mas nós já sabíamos que não valia a pena antecipar muitos cenários. Havia quem pensasse que íamos ganhar facilmente à Argélia e à Coreia, e criaram-nos tantas dificuldades como a Rússia. Os Estados Unidos provaram, nestes três jogos, que têm uma boa equipa e não podemos contar com mais facilidades pelo facto de não jogarmos contra Portugal. Quem passa num grupo com Portugal e Gana não pode ser uma equipa fraca. Agora vamos ter tempo para analisá-los», disse.

O facto de a Bélgica ter sido das seleções com viagens mais curtas nesta primeira fase, além de ter rodado vários dos seus jogadores, pode acentuar o favoritismo perante uns Estados Unidos mais desgastados? Courtois discorda: «Até agora tivemos mais sorte com as deslocações, mas não creio que isso vá influenciar muito, até terça-feira todos teremos tempo para recuperar bem. Não vai ser isso a influenciar o nosso jogo», concluiu.

Sobre o jogo com a Coreia, e o trabalho de qualidade que efetuou, poucas palavras: «Não éramos nós que tínhamos a obrigação de ganhar, eram eles, por isso ninguém pode ficar espantado que lhes tenhamos dado a iniciativa depois da expulsão. Sabíamos que eles eram fortes nos remates de longe, tínhamos feito uma boa preparação vídeo sobre isso. A defesa mais difícil e mais importante foi a da primeira parte, porque segurou o 0-0. Foi um remate forte, que não vi partir, porque passou junto às pernas de Van Buyten. Por isso foi uma questão de reflexos. Depois, tive de fazer mais duas ou três defesas, mas nada que não esperasse, num jogo em que estivemos tanto tempo com dez», resumiu.

Também a incontornável pergunta sobre o futuro, em Madrid ou em Londres, com Simeone ou Mourinho, foi desviada para canto pelo gigante belga: «O meu futuro agora é o Mundial, sobre isso não vou falar», concluiu.