O Selecionador da Croácia Niko Kovac não escondeu a sua revolta para com o lance da grande penalidade que permitiu ao Brasil colocar-se em vantagem no jogo de abertura do Campeonato do Mundo, esta quinta quinta-feira, no Arena Cortinthians de São Paulo. Uma grande penalidade que Kovac classificou como «ridícula».

«Se alguém no estádio viu uma grande penalidade que levante o braço. Eu não vi. Se continuar assim, teremos cem penalties no Mundial, isto na realidade é ridículo. Foi um grande jogo, mas tenho de dizer que o árbitro estava fora de si. Não sou um treinador de culpar as arbitragens, mas culpo-me a mim por não ter falado nisto na conferência de ontem», começou por destacar.

As críticas à arbitragem do japonês Yuichi Nishimura centralizaram praticamente toda a conferência de imprensa. «Não vou culpar o árbitro, mas todos no estádio, todos os milhões de pessoas que assistiram ao jogo viram que não foi penálti. Infelizmente tenho de dizer que para os meus jogadores, que se prepararam dois anos para estar no Mundial, que correram muito, que se dedicaram, foi difícil receber essa decisão. Vocês podem imaginar como eles se estão a sentir agora. Mas tenho orgulho na seleção croata e no que vamos fazer com isso», acrescentou.

Kovac, que já tinha perdido diante do Brasil na estreia do Mundial-2006, na Alemanha, considera que o Brasil não pode ser beneficiado por apenas estar em casa. «Quando estamos a jogar fora, o anfitrião pode ter alguma vantagem. Mas estamos a jogar futebol, aplicam-se as regras do jogo, o slogan da FIFA é respeito, é o nosso jogo. Não sou de culpar o árbitro, mas isto foi ridículo hoje. Se continuar assim, vai passar a ser um circo. Sou o primeiro a dizer isso porque fomos os primeiros a jogar, e espero que as coisas melhorem. Se alguém não pode apitar um jogo de estreia, que vá outra pessoa. Não só o segundo golo, mas o terceiro foi falta no meu jogador, não foi? Mas fazer o que, vamos passar adiante», referiu.

Já a concluir, Kovac considera que o árbitro Yuichi Nishimura não estava preparado para este jogo. «Não foi uma boa solução, mas ninguém da Europa poderia ter sido o árbitro, nem da América, só que ainda acredito que o jogo exigia um árbitro de primeiro nível. Pois estamos falando de jogadores de primeiro nível, tanto na seleção brasileira quanto na croata, que já ganharam muitos títulos», insistiu.